sábado, 10 de julho de 2021

Ninguém está Olhando(Nadie nos Mira, Brasil/Colômbia/Estados Unidos/Argentina, 2017)



Ninguém está Olhando, da diretora argentina Julia Solomonoff, acompanha a história de Nico Lencke(Guillermo Pfening), um ator que, apesar de ter certa fama em seu país, decide embarcar à Nova York, para dar um salto em sua carreira e exilar-se de alguns demônios em Buenos Aires. O filme tem produção das cineastas Isabel Coixet e Lúcia Murat.

Deixando de lado a novela Rivales e o amante Martin(Rafael Ferro), produtor do melodrama, Nico entra numa busca incessante por um papel nos Estados Unidos, mas por ser muito loiro para interpretar latinos, acaba não conseguindo. Sua maior proeza é ser babá do filho da amiga Andrea(Elena Roger), o bebê Theo, o personagem com quem ele melhor se relaciona.


Nico nega oportunidades de emprego, e acaba ganhando a vida por meio de bicos e pequenos furtos, no entanto nunca é colocado em um determinado grupo, não é julgado ou discriminado, está apenas sozinho, muitos querem apoiá-lo, mas não podem reconhecer que seu orgulho não permite que receba ajuda.


O panorama retratado por Ninguém está Olhando fica mais admirável nas cenas que acontecem em um parque "internacional" no meio de Nova York, onde frequentam muitas pessoas de outras nações latino-americanas que estão abrindo espaço na vida de Nico e servindo para que o tema do imigrante em busca do sonho americano funcione muito bem, sem cair em lugares comuns como a vitimização.


A narrativa divertida e a performance do protagonista fazem com que o filme vá para diferentes lugares na história do personagem. Em outras palavras, o longa  mantém o espectador preso ao seu herói, pois o leva a explorar diferentes facetas de sua vida, como idas em bares gays, sexo casual e um forte instinto para a paternidade.

Ninguém está olhando é um retrato sincero de um imigrante que se exila, enquanto vive em uma economia instável cercado por pessoas muito amigáveis ​​que não conseguem realmente olhar para ele. Um filme que ensina muito graças a um personagem bem concebido nas suas qualidades e defeitos, aliada a uma direção muito dinâmica, um roteiro espontâneo e atuações marcantes.

Um comentário: