domingo, 11 de julho de 2021

TOP 10 MUSICAIS LGBTQIA+

Durante muito tempo, sem representatividade no mainstream, o público LGBTQIA+ se identificava com o colorido, positivo e melódico cinema musical. Em 1939, O Mágico de Oz foi um fenômeno absoluto e um marco que logo causou identificação, lançando Judy Garland como grande ícone POP. A chamada “Era de Ouro dos Musicais” inicia-se logo após a II Guerra Mundial e vai até meados da década de 1960. São dessa época as produções mais monumentais como, Cantando na Chuva(1952), Cinderela em Paris(1957), Amor, Sublime Amor(1961), A Noviça Rebelde(1965) e a notória dupla concorrente ao Oscar de 1965: Mary Poppins e o consagrado My Fair Lady. Nomes como Audrey Hepburn, Julie Andrews, Barbra Streisand e Liza Minelli, que em 1972 protagonizou, o ganhador de 8 Oscars, Cabaret, de Bob Fosse, despontaram como verdadeiras musas. Elvis Presley também era um referencial no gênero.  Diretores como Vincent Minelli, George Cukor e Robert Wise passaram a ser requisitados e premiados. No ano de 1975 o público LGBTQIA+ ganhou um musical para chamar de seu: The Rocky Horror Picture Show. O filme, que veio de um espetáculo Off Broadway, marcou uma era com personagens e canções que são venerados até hoje. Embora esquecido por algum tempo, o gênero musical segue se reinventando, para nunca deixar de levar encantamento para algum lugar além do arco-íris. Confira a lista com 10 FILMES MUSICAIS LGBTQIA+. 


Rent: Os Boêmios, adaptação dirigida por Chris Columbus, para o icônico musical da Broadway, vencedor do Tommy e do Pulitzer, acompanha um grupo de boêmios e suas lutas com a sexualidade, drogas, a sombra da AIDS, e, claro, o seu aluguel. A história se passa na área de East Village, em Nova York, no final dos anos 1980. O filme teve seis membros do elenco original da peça reprisando seus papéis no cinema. Entre as canções se destacam Season of Love, Tango Maureen, No day but Today, Light my Candle e La Vie Boheme.


09 - 20 Centímetros (Espanha, 2005)

O filme, do espanhol Ramón Salazar, é uma divertida e colorida obra sobre a vida de uma transexual, interpretada pela atriz cis Monica Cervera.  Marieta sonha em fazer a resignação e batalha nas noites de Madri enquanto sofre de narcolepsia. São nos momentos de sono involuntário, que temos as cenas mais lúdicas e bonitas do filme, são os musicais onde Cervera interpreta canções feitas para o filme ou um repertório de Madonna à Queen, sempre numa estética de videoclipe, que remetem a Thriller de Michael Jackson ou os musicais de Sarita Montiel.


08 - Rocketman (EUA, 2019)

A trajetória de como o tímido Reginald Dwight (Taron Egerton) se transformou em Elton John, ícone da música pop. Desde a infância complicada, fruto do descaso do pai pela família, sua história de vida é contada através da releitura das músicas do superstar, incluindo a relação do cantor com o compositor e parceiro profissional Bernie Taupin (Jamie Bell) e o empresário e o ex-amante John Reid (Richard Madden).


07 - Hairspray - E Éramos Todos Jovens(Hairspray, EUA, 1988)

Tracy Turnblad (Ricki Lake) é uma adolescente que sonha um dia participar do Corny Collins Dance Show, um programa de TV que é febre entre a juventude. Ela consegue ser contratada para o elenco fixo do programa e logo se torna uma estrela. Tracy resolve usar sua fama para promover as causas em que acredita, em especial a integração entre brancos e negros. Só que no seu caminho está Amber Von Tussle (Collen Fitzpatrick), uma colega de elenco que não está nada satisfeita com o sucesso que Tracy tem feito.Além de Divine no papel da mãe da protagonista, o filme ainda conta com participações de Sonny Bono e a vocalista do Blondie, Debbie Harry.


Com 8 mulheres, François Ozon criou um colorido suspense musical à la Agatha Christie. Oito mulheres estão isoladas em uma casa coberta de neve, há um cadáver com uma faca nas costas e todas são suspeitas em potencial. O elenco é uma lista de lendas francesas: Fanny Ardant, Emmanuelle Beart, Danielle Darrieux, Catherine Deneuve, Isabelle Huppert, Virginie Ledoyen, Firmine Richard e Ludivine Sagnier. Desde a cena de abertura, o filme nos mostra alegremente que é uma paródia de superproduções musicais de Hollywood.

05 - Zero Patience (Canadá, 1993)


Marco do movimento New Queer Cinema, Zero Patience, de John Greyson, conseguiu fazer o que parecia impossível: trazer humor e leveza para a problemática da AIDS. Para escrever o roteiro, Greyson se inspirou na história do comissário de bordo Gaëtan Dugas, um franco-canadense, apontado por levar o vírus aos Estados Unidos. Colorido, lúdico, bem-humorado e corajoso, o filme é um musical marcado por cenas icônicas e letras que levantam uma bandeira de militância e crítica social desmontando o mito por trás da história do paciente zero, com uma linguagem de videoclipe.


A juventude efervescente dos anos 1970. Londres. Glam Rock. Tais elementos marcariam um dos trabalhos mais ambiciosos de Todd Haynes. Velvet Goldmine não é só um filme, mas um manifesto estético. Com uma trilha fenomenal com clássicos de T-Rex, Lou Reed, Roxxy Music e The Stooges, o filme tem o clima glam desejado, e é um desbunde visual. Quando vamos conhecendo melhor o personagem Brian Slade, Jonathan Rhys Meyers evocando David Bowie, e sua carreira como cantor folk ascendendo para ícone POP, vamos sendo envolvidos pelo personagem até sua relação explosiva com Curt Wild(Ewan McGregor). Os arranjos das músicas foram feitas por diversos artistas como Tom Yorke, do Radiohead, e Steve Shelley, do Sonic Youth. O filme conta ainda com a participação da banda Placebo.

03 - Canções de Amor(Les Chansons d'amour, França, 2008)


Christophe Honoré apresenta em Canções de Amor, uma atmosfera vaga e estimulante da boa e velha Nouvelle Vague, com referências à Godard e Truffaut, embalada por canções que evocam Sergé Gainsbourg e Jane Birkin. Ismaël (Louis Garrel) e sua namorada, Julie (Ludivine Sagnier) expandiram seu relacionamento, incluindo Alice(Clotilde Hesme), colega de trabalho do rapazl. As canções, escritas por Alex Beaupain, pertencem a uma linha do pop francês contemplativo e letrado com versos cheios de delicadas metáforas eróticas.  As melodias são encantadoras, e garantem ao filme um charme único em músicas como De bonnes raisons, La Bastille, Je N’aime que toii, As tu-deja aimé, e Au Parc, interpretada por Chiara Mastroianni, que conduzem a narrativa.


02 - Hedwig - Rock, Amor e Traição(Hedwig and the angry inch, EUA, 2001)


Quando em 1998, John Cameron Mitchell levou para os palcos Off Broadway, o musical Hedwig: and the angry inch com canções de Stephen Trask, eles estavam simplesmente revolucionando a cena queer com uma obra que se tornaria referência de representatividade e identidade de gênero com rock de qualidade. Em 2001, Mitchell levou o musical para às telas, dirigindo, escrevendo e protagonizando. Hedwig é uma cantora de rock que compara a queda do muro de Berlim, com sua experiência trans. Com a narrativa construída por canções belíssimas como Origin of Love e Wig in a Box, conhecemos a história trágica e de superação da protagonista. Através de seus diálogos a personagem, que é basicamente uma rockeira, cheia de vida, faz referências à Lou Reed e David Bowie. Com cada número trazendo uma particularidade diferente, incluindo animação, a performance de Hedwig no palco é visceral e poderosa. Após muitos dilemas e rock’n roll, a transexual pode finalmente assumir quem realmente é ao som da belíssima Wicked little town.


O longa é um musical de comédia de terror, dirigido por Jim Sharman. O roteiro foi escrito por Sharman e Richard O'Brien com base no espetáculo Off Broadway, de mesmo nome. A produção é uma homenagem parodiada aos filmes B de ficção científica e horror da década de 1930 até o início dos anos 1970. Para construir o clima de castelo mal assombrado, foram utilizados restos de cenários da lendária produtora de filmes de terror Hammer. As estrelas de em ascensão Tim Curry, Susan Sarandon e Barry Bostwick, juntamente com membros do elenco original no teatro, protagonizam a obra que foi exibida durante anos nas chamadas sessões da meia-noite. A trilha sonora inclui as icônicas Science Fiction/Double Feature, da cena de abertura, Time Warp, Sweet Transvestite , I Can Make You a Man, entre outras. Em 2016, o filme, que é um ícone da cultura LGBTQIA+, ganhou um tributo para o canal FOX, protagonizado por Laverne Cox.

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