Nas primeiras imagens liberadas pela produtora El Deseo, do novo longo de Pedro Almodóvar, Madres Paralelas(2021), vemos Penélope Cruz com uma camiseta icônica desenhada pela Dior, que destaca a frase, de Chimamanda Ngozi, We should all be feminist(Todos deveríamos ser feministas). Além de nos deixar claro o posicionamento da personagem de Cruz como do próprio realizador manchego, também nos revela, se alguém teve dúvidas, a importância que Almodóvar dá à moda.
Desde seus primeiros filmes, na efervescente Movida Madrileña, ele deixou claro seu posicionamento estético, apoiado pelo figurinista José María de Cossío, que colaborou com ele em seus primeiros trabalhos: A lei do desejo(1987), Áta-me(1989), Mulheres à beira de um ataque de nervos(1988) ou Matador(1986), onde o diretor recriou o famoso desfile de Francis Montesinos na Plaza de las Ventas, em 1985. Neste filme, o próprio diretor faz uma ponta como o estilista.
Após o sucesso de Mulheres à beira de um ataque de nervos, o mundo se rendeu a Almodóvar e ele soube aproveitar o interesse que despertou entre os grandes criadores. Foi então, já nos anos 1990, que surgiram as colaborações com Jean Paul Gaultier, responsável pelos looks criativos de Andrea Caracortada, em Kika(1994), ou de Zahara, em Má educação(2004), e ainda os macacões de Vera, em A pele que habito(2011).
Outro elemento fundamental na obra de Almodóvar, também observado na moda, é sua paixão pelo vermelho. Essa mesma cor é a do deslumbrante vestido Balenciaga que Tilda Swinton usa no último trabalho que o espanhol lançou, The Human Voice(2020). Com este curta, o diretor deixa mais uma vez claro que é um gênio da sétima arte e também acena para Paris, capital da moda. Almodóvar adora moda e a moda claramente adora Almodóvar. Ele mostra isso em seus personagens e também em seus diálogos, porque como eles dizem em De Salto Alto’: “Prada sempre me pareceu ideal para uma freira”.
Esse texto foi um presente!
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