sábado, 15 de janeiro de 2022

Eternos(Eternals, EUA, 2021)


Uma nave espacial desliza monolíticamente por um sol brilhante. O momento é de curta duração, mas para Eternos, é muito crucial. Ele descreve uma jornada pelos cantos mais remotos do universo, antes de mais tarde um corte pular sete milênios e nos mostrar o mundo que conhecemos. Mesmo depois da luta contra Thanos, que eliminou metade de todos os seres vivos com um estalar de dedos, Eternos está mirando em um tamanho imprevisto na franquia mais poderosa de Hollywood.

Eternos é um filme gigantesco(não apenas em sua duração) e não menos notáveis ​​são as ambições escondidas no primeiro blockbuster de Chloé Zhao, ganhadora do Oscar, de Melhor Diretora, por Nomadland(2020). Ela é sem dúvida a cineasta mais empolgante a ter acesso ao MCU até hoje.


Certos elementos estão profundamente ancorados no DNA do MCU e não permitem que o filme o transforme completamente do avesso. Zhao captura algo bonito, tocante e único na tela que não treme de admiração diante da mitologia da Marvel. Em vez disso, ela traz o filme de super-herói de volta às suas raízes e mergulha na essência dos personagens que povoam Eternos.


Liderados por Ajak (Salma Hayek), os Eternos foram enviados à Terra, em nome dos Celestiais, eles deveriam libertar o planeta dos malvados Desviantes e, assim, restaurar o equilíbrio. Com o passar dos séculos, no entanto, há cada vez mais dúvidas entre os heróis quanto ao real propósito de sua missão. Eles esperam e obedecem, mas não têm permissão para intervir no curso da história além do controle dos desviantes. Uma circunstância leva ao fato da separação do grupo e os membros individuais seguem caminhos separados.

Zhao, que escreveu o roteiro junto com Patrick Burleigh, Ryan Firpo e Kaz Firpo, desdobra seu filme em vários níveis de tempo. Enquanto no presente acompanhamos Sersi (Gemma Chan) tentando reunir os Eternos, flashbacks do passado exploram os eventos que levaram à ruptura da família incomum. Nessas passagens, Eternos acaba sendo um épico que usa imagens impressionantes para ilustrar o trabalho dos super-heróis e também para sondar suas relações entre si.


Inclusive Angelina Jolie, que pode facilmente liderar qualquer sucesso de bilheteria como uma heroína de ação, carrega uma dor no filme de Zhao, como sua Thena, que mesmo sendo Eterna, e inspirada na deusa Atena, traz uma fragilidade humana. Apesar de não ter tantas falas, a atriz ilumina a tela, e essa humanidade tangível distingue Eternos de seus colegas do MCU.

Phastos, de Bryan Tyree Henry, é o cara da tecnologia. Nós o vemos nos Jardins Suspensos da Babilônia e sempre preocupado com a evolução. Seu compromisso com o progresso tem duas formas: A ascensão tecnológica e um relacionamento louvável, aberto, gay, com uma criança adotada por esses dois maridos que se beijam na tela.


Mesmo que Eternos termine nos moldes habituais, ele é permeado por uma curiosidade que garante à história um nível cósmico repleto de indagações perturbadoras. O longa não é um colosso inflado do MCU, mas um filme de super-herói por completo.


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