Escrito, protagonizado e produzido pelo pernambucano Fábio Leal, Seguindo todos os Protocolos acompanha os dias vazios de Francisco, que após 10 meses, encerrado em quarentena, precisa transar.
Trazendo uma nova perspectiva sobre o isolamento, o filme mostra como o protagonista passa o tempo: fumando, se masturbando, fazendo ginástica, meditando, e batendo papos online. No entanto, com sua libido aflorada, ele passa a pesquisar como transar durante a pandemia.
“Seja Kinky” diz Francisco, ao tentar formas seguras de fazer sexo. Usando de criatividade, e uma paranoia com higiene, o personagem começa a marcar encontros, e então experimentar novas formas de prazer, sempre com o uso de máscara. Lucas Drummond, Marcus Curvelo e Paulo César Freire aparecem para iluminar a tela com beleza.
É aí então, que o longa começa suas pinceladas homoeróticas. Não há sexo explícito, porém há muita nudez, exibida com naturalidade, ainda há o close de uma glande, e a textura dos corpos entrelaçados, ressaltada pela fotografia de Gustavo Pessoa.
“Cuidado, Paixão”, quando a música, de Letrux, começa a tocar ilustrando os desejos sexuais de Francisco, temos alguns dos momentos mais coloridos e lúdicos da obra. No entanto o foco está na solidão do isolamento, com o protagonista completamente vulnerável recorrendo ao uso de antidepressivos. Uma cena, em específico, envolvendo violência marca uma virada no personagem.
Mesmo fazendo uma “dieta de informação” Francisco não está completamente alheio a situação do país e há uma leve crítica ao atual governo. De forma inusitada, melancólica e até mesmo delirante, Fábio Leal que já havia dirigido alguns curtas, e codirigido Deus tem AIDS(2021), ao lado de Gustavo Vinagre, faz sua estreia em um longa de ficção ousando de maneira estranhamente relevante.
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