Dirigido e adaptado por Bill Condon, do romance Father of Frankestein, de Christopher Bram, o filme é uma homenagem ficcional aos últimos dias do diretor James Whale, de filmes como O Homem Invisível(1933) e A Noiva de Frankenstein(1935), interpretado brilhantemente por IanMcKellen.
O longa, pinta uma imagem vívida de um homem que em uma época em que a maioria dos homossexuais permaneceu no armário, foi um dos poucos que assumiu sem remorso sua sexualidade. No entanto, essa abertura sexual, juntamente com um estilo de direção altamente pessoal, acabaria fazendo com que Whale caísse em desuso entre os altos escalões do estúdio.
Longe dos dias em que jovens musculosos se amontoavam em torno do brilhante e rico James em torno da piscina, hoje o cineasta vive sozinho com sua governanta Hanna( Lynn Redgrave) que cuida dele com amor demais, embora ela sempre tenha rejeitado sua homossexualidade.
Nesta situação, quando James descobre seu novo e altamente atraente jardineiro, Clayton (Brendan Fraser), ele decide tentar um último jogo. Ele convida Clayton para um chá e o contrata como modelo facial para um retrato. Clayton, que pode realmente usar o dinheiro, concorda, e um pouco mais tarde os dois homens estão sentados de frente um para o outro no estúdio.
Em vez dos desenhos, no entanto, sua conversa intensa logo se torna o foco. Clayton faz James mergulhar mais fundo em seu passado do que em décadas. Ao mesmo tempo, Clayton reconhece a personalidade sentada à sua frente e o quanto ele precisa dessas conversas.
Clayton demora a entender que Whale é gay. Em 1957, muitas pessoas podem não ter entendido. Quando ele descobre, não fica zangado e não há uma cena dolorosa. Em vez disso, o filme prossegue em um curso agridoce em que um homem jovem e não muito brilhante amadurece gostando de um homem velho e muito inteligente.
Ian McKellen entrega um desempenho brilhante neste filme que raramente é visto nos cinemas. Ele encarna o diretor James Whale, no final de sua vida, com uma mistura tão intensa de fraqueza física e força de vontade que o espectador é profundamente tocado em inúmeras cenas.
Bill Condon conseguiu tirar o máximo proveito do potencial de seu elenco. Com cenas intercaladas dos filmes de Frankenstein e inúmeras sutilezas cinematográficas, ele potencializa habilmente o efeito da conversa entre os dois personagens principais. Deuses e Monstros é uma pequena joia cinematográfica.
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