Bagdá (Grace Orsato) percorre as ruas, da Freguesia do Ó, em São Paulo com sua equipe de skate. Quando ela não está fora de casa, ela sai com sua mãe solteira (Karina Buhr) e irmã mais nova (Marie Maymone), e as amigas da mãe. Bagdá está pouco interessada na escola ou em qualquer coisa além de melhorar suas habilidades de skate. Mas seu grupo de amigos é composto principalmente por meninos, exceto por ela e Vanessa (Nick Batista). Até conhecerem outro grupo de skatistas;
Meu Nome é Bagdá, da diretora Caru Alves de Souza, é a adaptação do livro original de Toni Brandão, Bagdá, o Skatista. O personagem principal é um menino de um bairro pobre do cenário paulistano que ganha um campeonato de skate e depois precisa se ajustar à vida de celebridade.
Aqui, Bagdá é andrógina e muitas vezes confundida com um garoto. Ela parece, na maioria das vezes, ser aceita simplesmente como um deles. Mas o filme mostra vários momentos em que as pessoas ao seu redor basicamente tiram sua feminilidade dela. Quando os homens fazem isso, geralmente significa que as coisas estão prestes a ficar muito ruins: é um sinal para o patriarcado se afirmar sobre ela.
Quando Vanessa se torna parte de seu grupo, Bagdá parece distante no início. Mas apenas pelo fato de ambas serem meninas, elas se aproximam. E quando conhecem as outras skatistas, parecem encontrar um verdadeiro lar de solidariedade. Isso se reflete nos relacionamentos de sua mãe – ela também está cercada de mulheres, e um cara gay, tornando o filme uma ode ao poder da amizade entre as mulheres e uma análise afiada de como o poder patriarcal está sempre presente, também em nossos relacionamentos.
A montagem do filme é particularmente brilhante por conduzir essa história sutil, capaz de identificar o lugar da mulher na sociedade, nos espaços domésticos e públicos. Entre a comovente irmandade da família extensa da heroína e a comunidade inicialmente aberta ao igual de uma família de skatistas, Bagdá navega com facilidade, nunca desistindo de encontrar seu lugar de direito, apesar das onipresentes observações sexistas dos homens, que se tratam de seus amigos, clientes de bares embriagados ou policiais violentamente misóginos.
O filme também é simplesmente bem feito, excelentemente ambientado com atuações fantásticas, especialmente de Orsato, e uma ótima trilha sonora. Tem um grande senso de energia e um olho para pequenos detalhes que geralmente são difíceis de encontrar. É uma espécie de carta de amor à São Paulo, capturando a cidade como um campo de jogo e um campo de exploração.
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