O aspirante a nadador olímpico Erez (Omer Perelman Striks) cita Madonna como seu modelo e passa seu tempo livre em calças de treino rosa choque. Mas no campo de treinamento de elite, onde cinco jovens talentosos competem por uma vaga na seleção israelense, ele logo aprende a esconder sua sexualidade. “Nem brinque sobre ser assim”, diz seu treinador.
Desde o início, o filme de Adrian Kalderson, amarra a beleza visual de seus nadadores molhados e bonitos com uma sensação de destruição iminente e medo enrustido. Aqui, o colírio para os olhos pode ser o de arregalar diante da escuridão oculta enquanto o mundo do esporte de elite é colocado sob o microscópio.
Por trás do sorriso e da confiança de Erez está um sentimento de tristeza e uma necessidade de fuga. Afinal, sua jornada até aqui foi ditada por um pai que uma vez sonhou com o sucesso olímpico. Mas para aumentar sua confusão, Erez também guarda um segredo tão profundo quanto a água pela qual ele desliza; seu amor pelos homens.
À medida que Erez se adapta ao mundo rígido, sem amor e controlador ao seu redor, ele desenvolve uma atração secreta por um de seus companheiros de equipe, Nevo (Asaf Jonas). Mas como seu treinador Dema (Igal Reznik) brinca com as expectativas do garoto e controla seu mundo, Erez é instruído a se distanciar de Nevo. Mas ao longo que o mundo ao redor de Erez se contrai e se distorce, seus desejos secretos e sua necessidade de fuga gritam por libertação quando a piscina se torna uma prisão.
Essa necessidade implacável de controle e sucesso está no centro da jornada de Erez, sua vida entregue à piscina enquanto ele tenta deixar todos felizes e orgulhosos. Desde o início do filme de Kalderon, fica claro que Erez está lentamente se afogando em expectativas que ele não pode controlar.Essas expectativas impossíveis também estão no centro de sua batalha interna com sua orientação sexual, enquanto ele tenta cobrir seus desejos em público enquanto os abraça em seus breves momentos de solidão e fuga. O filme explora a homofobia institucional que ainda cerca a vida esportiva de elite, já que todos ao redor de Erez escondem seus sentimentos e emoções com medo de serem vistos e rotulados como fracos.
Ao criar este mundo insular e frio, Adam Kalderon se baseia em suas próprias experiências como candidato olímpico. Aqui, seu conhecimento íntimo da escuridão que cerca a arena esportiva brilha através das paisagens ensolaradas e físicos tonificados. Isso cria um filme encharcado de beleza, medo, paixão, isolamento e testosterona, aprimorado pela deliciosa fotografia de Ofer Inov.
Com uma trilha pop que faz referência aos Pet Shop Boys e uma paleta de cores que é uma explosão de tons cítricos, The Swimmer, enfrenta a homofobia no mundo do esporte de elite. É um tema que já foi explorado antes, mas Kalderon marca sua personalidade no filme, em particular com uma sequência de dança climática feroz e fabulosa.
Muito bom o texto! Só uma dúvida: quando vc diz que a trilha faz referência aos Pet Shop Boys quer dizer que toca música deles? É que sou super fã deles, então fiquei mais curiosa ainda pra ver o filme =)
ResponderExcluirnão é a música deles não, é um synth pop instrumental que apenas se assemelha numa espécie de homenagem.
Excluir