segunda-feira, 30 de maio de 2022

Even Lovers get the Blues(Bélgica, 2016)



Ana(Marie Denys) dorme com Hugo(Gaël Maleux), Dalhia(Adriana da Fonseca) com Graciano(Gabriel da Costa), Léo(Séverine Porzio) com Louis(Arnaud Bronsart) e Arthur(Tristan Schotte) com todos. Entre as celebrações e o amor surgem questionamentos, desejos profundos e a urgência de viver. Even Lovers Get The Blues pinta um retrato romântico e sexual de uma juventude desiludida e apaixonada.

Tudo gira em torno de um grupo unido de 30 e poucos anos, na estreia de Laurent Micheli, cada um em diferentes estágios de sua maturidade sexual, alguns querem se estabelecer, alguns querem festejar, alguns querem experimentar algo novo, outros querem alguém.


Da banalidade de uma vida despreocupada de trinta e poucos anos, os protagonistas gostam de festejar, beber, comer, usar drogas e mais ainda dormir, fazer amor, beijar. O filme é uma sucessão de cenas de vida e sexo.

De morte também. Porque a morte de um protagonista imediatamente depois de ter feito amor terá consequências sobre sua parceira, suas escolhas de vida, seu modo de viver em sua casa, mas também sua busca por muitos parceiros de uma noite só.

O diretor não esconde nada, inclusive certas práticas sexuais. Há essa libido exacerbada. A representação de cenas de sexo explícito é parte integrante do filme, seu DNA de certa forma e sua própria expressão reflete um estado de vida dos jovens:

Todos os personagens se cruzam na aleatoriedade da noite de Bruxelas e depois novamente na cama. A estação do amor assume várias formas diferentes. A história, que começa no frio noturno dos paralelepípedos do inverno, migra, com a chegada da primavera, para um lago rural, antes de terminar no calor do verão dos jardins secretos da cidade.

De um banheiro de bar, às alcovas de uma boate, de um sofá-cama, a uma praia deserta, corpos se entrelaçam e amores se perdem, são procurados e, às vezes, (re)descobertos. Os caminhos dos personagens se cruzam e se descruzam, casais são feitos e desfeitos, experimentando uma sexualidade em constante evolução, buscando o tipo de amor que os faz sentir vivos. 


O filme ousa com franqueza apresentar cenas de sexo longe das normas codificadas e higienizadas. Mas ao contrário de ser objeto de pura provocação, ele aborda com um senso de vibração, livre da linguagem cinematográfica padronizada. Essa liberdade pode carregar o peso da estranheza, mas injeta um frescor real no filme e retrata habilmente a procrastinação dos personagens em sua busca por significado em sua vida.

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