A obra faz um exame dos habitantes de uma pequena cidade que são governados por um mandato intolerante e heteronormativo. Uma comunidade onde o preconceito, a desaprovação e a condenação social são moeda corrente diante da negação da diversidade sexual.
Natalio (Diego Velázquez) é um professor comprometido com sua profissão. Ele leva uma vida solitária em meio a rumores distorcidos de vizinhos manipuladores e sem escrúpulos. Ele mora com a mãe. Uma mulher controladora e tóxica que se encontra visivelmente localizada, sempre no mesmo lugar: a mesa central da casa, imagem que se repete emoldurada em cada cena.
Natalio reforça esse espaço material e simbólico, que se sente sufocado, tanto em casa quanto na família e, portanto, na vida. Nesse contexto, o professor se emociona com uma peça baseada em O Pequeno Príncipe, que ele tentará realizar com o intuito de transferir valores como amizade e amor.
Nesse sentido, a chegada repentina à cidade de um amigo de Natalio, vivido por Ezequiel Tronconi, vai despertar suspeitas entre os moradores, que são intolerantes com a possível homossexualidade do professor, levando a situações conflituosas.
Natalio deve se adaptar aos outros, como mostra um espelho no banheiro: que lhe devolve uma imagem de duplicidade e desdobramento, mas também representando auto- conhecimento e o encontro com a própria identidade.
Um filme que fala mais do olhar alheio, do que do próprio protagonista, revelando certos valores sociais, que apesar da passagem do tempo continuam intrincados em ignorarm direitos e a própria liberdade.
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