Aclamada no Emmy 2022, a série de Mike White, The White Lotus, é sobre um resort absurdamente exuberante e totalmente disfuncional localizado em Maui, Havaí, e os hóspedes que lá estão. Essas pessoas incluem Nicole Mossbacher (Connie Britton) como uma chefe conservadora de tecnologia, seu marido Mark (Steve Zahn) um homem que, durante as férias, descobre que seu pai morreu de complicações relacionadas ao HIV, e seus filhos, o viciado em pornografia Quinn (Fred Hechinger) e a lésbica enrustida, Olivia (Sydney Sweeney).
Ainda há a brilhante Jennifer Coolidge como Tanya, uma mulher, desequilibrada, de luto pela morte de sua mãe horrível, Paula de Brittany O'Grady, melhor amiga de Olivia, e a doce Belinda de Natasha Rothwell, uma nova gerente de spa e massagista talentosa.
Há também um casal recém-casado hétero e chato que compartilha a maior parte absurda do show. A esposa, Rachel (Alexandra Daddario) é uma jornalista que, na verdade, apenas escreve listas como '10 mulheres fodas que mudam o mundo da tecnologia'. É a personagem menos empática, ainda sim rende bons momentos ao lado do marido mimado e bonitão, interpretado por Jake Lacy.
Ser ridículo é o ponto chave de The White Lotus. A música, uma cacofonia de flautas e gemidos agudos, de Cristobal Tapia de Veer, é brilhantemente insana, nos levando a cenas-chave de angústia emocional enquanto todos os hóspedes (e funcionários) do resort desmoronam espetacularmente. The White Lotus tem alguns personagens e arcos queer, porém eles surgem de maneira absolutamente natural. É isso que é legal: quase todos os protagonistas têm que lidar com gênero e sexualidade de alguma forma, sejam eles LGBTQIA+ ou não.
Sobre Olivia: ela está claramente apaixonada por sua melhor amiga Paula, que é uma das únicas pessoas negras hospedadas, em vez de trabalhar, no resort. Paula, por sua vez, está ocupada com Kai, um ilhéu nativo.Há o caótico gerente do resort, Armond, interpretado primorosamente por Murray Bartlett, famoso por Looking. Armond,é totalmente gay. Ele é obcecado por Dillon(Lucas Gage), o jovem funcionário que parece vagamente chapado a maior parte do tempo.
Há alguns problemas, no entanto, e não é a falta de realismo. Armond é alguém que luta contra o vício e, quando o conhecemos, seu trabalho o levou ao ponto de ruptura. Ele é mostrado roubando as drogas “prescritas” de Olivia e Paula e tomando-as junto com bebida, quebrando cinco anos de sobriedade de uma só vez. Além disso, o personagem também se envolve em um caso de assédio e não há uma abordagem mais profunda dessas questões sérias. Ainda há a questão do HIV do pai de Mark, que reafirma estigmas do passado.
Mesmo que os personagens queer do programa sejam muitas vezes horríveis, predatórios e idiotas completos, eles ainda são fascinantes e parecem reais. Até a paixão de Jennifer Coolidge por Natasha Rothwell oferece uma trama solidamente vivida. E dentro de todos esses relacionamentos, a série está fazendo o que há de melhor: explorando a dinâmica do poder oculto.
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