"Malanova", dirigido por Roberto Cuzillo, segue a história de Matteo (Joele Anastasi) e Riccardo (Nuno Nolasco), um casal que está prestes a celebrar seis meses de relacionamento, quando uma notícia abala suas vidas: Matteo descobre que é HIV positivo. Esta premissa explora temas de amor, medo, estigma e conformismo.
Cuzillo, com sua direção, consegue capturar uma paleta emocional rica, utilizando imagens que variam de momentos de ternura íntima a cenas que transmitem uma sensação de isolamento e desespero. A escolha das locações, desde cenários naturais até espaços confinados, reflete a jornada emocional dos protagonistas, proporcionando uma visualidade que complementa a narrativa de maneira poética.
Os atores Nuno Nolasco e Joele Anastasi, que interpretam Matteo e Riccardo respectivamente, entregam performances que são viscerais e sutis. Nolasco transmite uma vulnerabilidade pungente ao lidar com o diagnóstico de Matteo, enquanto Anastasi captura a luta interna de Riccardo entre o amor e o medo do desconhecido.
No entanto, "Malanova" não é sem falhas. A abordagem do tema do HIV, embora sensível, poderia ter explorado mais profundamente os aspectos sociais e médicos do diagnóstico no contexto contemporâneo italiano, oferecendo uma visão mais ampla sobre o estigma, tratamentos e o suporte comunitário.
A cinematografia , de Rober Montero Recio, abraça a simplicidade e a beleza crua, muitas vezes utilizando uma iluminação natural que realça a autenticidade das emoções retratadas. As cenas íntimas, capturadas com uma sensibilidade artística oferecem um olhar sobre a intimidade queer que é ao mesmo tempo respeitoso e revelador.
Narrativamente, o filme consegue equilibrar a dor com a esperança, mostrando que, mesmo diante de uma crise, o amor pode ser uma fonte de força. Embora possa ter alguns pontos que poderiam ser mais desenvolvidos, o filme é um testemunho do poder do cinema em explorar e humanizar experiências que ainda são estigmatizadas.
https://www.youtube.com/watch?v=Jn6Ndn6E-MQ
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