"Glasskår" é o primeiro longa-metragem do diretor dinamarquês Søren Green, que já demonstrou seu talento com diversos curtas premiados. O filme aborda temas complexos como amor, perda, saúde mental e autodescoberta, através da história de um jovem adolescente confrontando as nuances da adolescência e sexualidade.
A trama gira em torno de Tobias( Noa Viktor Risbro Hjerrild) um adolescente de 16 anos que passa o verão com seus avós em uma pequena ilha. Durante esse período, ele se apaixona por Aron (Alexander Mayah), um pintor local mais velho, iniciando uma jornada emocional que o leva a explorar os limites entre a inocência e a experiência, a dor e o crescimento pessoal.
Noa Viktor Risbro Hjerrild entrega uma performance visceral, arrebatando a vulnerabilidade e a confusão de um adolescente enfrentando seu primeiro amor e a subsequente tragédia. Bodil Jørgensen, como avó de Tobias, oferece uma atuação calorosa e sólida, adicionando uma dimensão de conforto e complexidade ao papel, que lembra a relação de pai e filho em Me Chame Pelo Seu Nome (2017).
A fotografia de "Glasskår" transmite a beleza austera e a simplicidade da vida na ilha. A luz natural e as cores suaves refletem a jornada emocional de Tobias, variando de tons vibrantes que representam a paixão e descoberta, para tons mais escuros que simbolizam a melancolia e a perda.
O diretor aborda temas como a homossexualidade, a autoaceitação, e o impacto do trauma na psique jovem de forma sensível e realista. A narrativa não se apressa em resolver os conflitos de Tobias, optando por um desenvolvimento mais orgânico que reflete a complexidade da vida real.
"Glasskår" é relevante não apenas por sua representação de um jovem gay em um cenário onde tais histórias ainda são sub-representadas, mas também pela maneira como aborda a adolescência e o processo de amadurecimento em geral. A profundidade emocional e a atuação de seu jovem protagonista tornam o filme em certos momentos, profundamente comovente.
https://www.youtube.com/watch?v=xZcIBESjY-0
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