Invisible Boys, a mais recente empreitada de Nicholas Verso, é uma série australiana de 10 episódios que adapta o premiado romance de Holden Sheppard para a tela, oferecendo um olhar emotivo sobre a experiência de adolescentes queer em uma cidade remota da Austrália.
Ambientada em Geraldton contra o pano de fundo do plebiscito de 2017 sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a série explora temas de identidade, visibilidade e resiliência em um contexto de isolamento geográfico e social. Com uma mistura de crueza e ternura, Verso cria uma obra que é um retrato específico da juventude LGBTQIA+ australiana quanto uma narrativa universal sobre pertencimento.
A série segue um grupo de adolescentes gays, Charlie (Joseph Zada), Zeke (Aydan Calafiore), Hammer (Zach Blampied) e Matt (Joe Klocek), cujas vidas se entrelaçam após um evento catalisador: Charlie é exposto nas redes sociais por um encontro com um homem casado. Esse incidente desencadeia uma série de consequências que reverberam pela comunidade de Geraldton, forçando cada jovem a confrontar sua sexualidade, suas relações familiares e seu lugar no mundo. A narrativa expande o escopo do livro de Sheppard, utilizando os 10 episódios para dar mais espaço às perspectivas individuais dos personagens e à dinâmica de grupo que se forma entre eles.
O ritmo da série alterna entre momentos de tensão dramática e pausas contemplativas que permitem ao espectador absorver as emoções em jogo. A decisão de Verso de “borrar” os pontos de vista, como ele próprio descreveu em entrevistas, é um acerto: à medida que os garotos se conectam, a narrativa reflete essa união, criando uma sensação de coragem que dá profundidade à história..
Nicholas Verso, já conhecido por Boys in the Trees (2016) , traz para Invisible Boys uma direção que equilibra realismo e simbolismo. Filmada em locações reais em Geraldton durante uma onda de calor de 49 graus, a série usa a paisagem árida e o isolamento da cidade como personagens por si sós.
O elenco é um dos grandes trunfos de Invisible Boys. Joseph Zada, como Charlie, entrega uma performance magnética, combinando a raiva adolescente com uma fragilidade que corta o coração. Sua jornada de exposição pública e autodescoberta é o fio condutor da série, e Zada a carrega com uma intensidade que evita melodramas. Aydan Calafiore, interpretando Zeke, surpreende ao trazer camadas a um personagem que lida com dismorfia corporal e uma família italiana conservadora; sua vulnerabilidade nas cenas de webcam é particularmente comovente.
Invisible Boys é, em sua essência, um grito por visibilidade. Situada no contexto do plebiscito de 2017 – um momento divisivo na história australiana , a série não foge das realidades duras enfrentadas por jovens queer em comunidades regionais: homofobia, isolamento e a pressão para se conformar. A exposição de Charlie nas redes sociais é um ponto de partida contemporâneo que ressoa na era digital, enquanto as histórias de Zeke, Hammer e Matt abordam facetas menos vistas da sexualidade gay, como a interseção com deficiência, masculinidade tóxica e o peso da tradição rural.
Entre as melhores coisas estão as atuações excepcionais, a direção atmosférica e a coragem de retratar histórias queer sem suavizar suas arestas. A autenticidade da locação e a representação diversa dentro da narrativa LGBTQIA+ são dignas. Por outro lado, a série às vezes sofre com um escopo excessivamente amplo, o que pode fazer com que certos arcos secundários pareçam apressados ou subdesenvolvidos. O final, embora emotivo, deixa algumas questões em aberto, o que pode frustrar quem busca conclusões mais firmes.
muito bom!.. só faltou dizer onde assistir neh rs
ResponderExcluircomo de costume...
Excluirtem em diversos grupos do telegram, (@achillens), torrent e outros sites online.