O Festival MixBrasil chega à sua 33ª edição reafirmando-se como o maior evento de cultura LGBTQIA+ da América Latina e um palco vital para o cinema queer. Sob o tema “A Gente Quer+”, a programação reúne impressionantes 142 filmes de 33 países, além de séries, artes visuais, performance e games, uma cartografia estética e política para o presente do audiovisual queer.
A abertura fica por conta de Me Ame com Ternura, da diretora francesa Anna Cazenave Cambet, inédito no Brasil, que introduz o festival com uma fábula sobre maternidade, liberdade e desejo sáfico. No apartado internacional, títulos como Twinless: Um Gêmeo a Menos (vencedor do Prêmio do Público em Sundance) e O Olhar Misterioso do Flamingo (Prêmio do Júri em Cannes na mostra Un Certain Regard) reafirmam o alcance global do evento. No eixo nacional, longas recentes e inéditos nos cinemas como Ato Noturno (de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon), A Natureza das Coisas Invisíveis (de Rafaela Camelo) e Torniquete (de Ana Catarina Lugarini) dialogam diretamente com os circuitos do cinema queer e reafirmam a potência estética e política da produção LGBTQIA+ no Brasil.
Uma das apostas mais instigantes desta edição é o lançamento da Mostra de Inteligência Artificial, com 24 filmes (19 em competição) que exploram como a IA ressignifica a forma de contar, ver e sentir narrativas queer. Já no campo das homenagens, a lendária apresentadora do Show do Gongo, Marisa Orth recebe o Ícone Mix deste ano, um reconhecimento que reafirma o festival como espaço de memória, afeto e continuidade para artistas LGBTQIA+.
Com 8 espetáculos teatrais, experiências XR (virtual reality) internacionais e locais, conferências e mais de dez espaços de exibição em São Paulo (como o Instituto Moreira Salles, o Spcine Olido e o Museu da Imagem e do Som), o MixBrasil reafirma que o audiovisual queer não só representa corpos não normativos, mas cria visibilidade, comunidade e poder.
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