segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

TOP 10 SÉRIES LGBTQIA+ 2025

Chegamos ao momento de coroar o que de mais instigante e politicamente relevante a televisão nos entregou neste ano. Esta seleção não se prende a coming-of-age fofo; é uma lista de resistência que mergulha em dramas sobre a AIDS, analogias monstruosas, ficção científica existencial e resgate de memória histórica. 

🏆 O Ranking 

10: COBRAS E ESCADAS, de Manolo Caro (México, 2025)

Manolo Caro entrega um novelão ácido em uma escola de elite em Guadalajara, onde a professora ambiciosa Dora (Cecilia Suárez) e seu filho gay Toño navegam por chantagens ao lado do influente Oslo Muriel (Juan Pablo Medina). É Sociedade dos Poetas Mortos com A Usurpadora.

09: WHAT IT FEELS LIKE FOR A GIRL, de  Paris Lees (Reino Unido, 2025) Baseada nas memórias de Paris Lees, segue Byron, uma adolescente transicionando em Nottinghamshire nos anos 2000, enfrentando a hostilidade da classe trabalhadora.A série recusa filtros para mostrar o lado cru da sobrevivência trans, transformando o drama da exploração em uma poderosa narrativa de resiliência.

08: HEATED RIVALRY, de Jacob Tierney (Canadá, 2025)

“Heated Rivalry”, criada por Jacob Tierney para o Crave, surge como um raro exemplo de romance esportivo queer que entende o erotismo não como adereço, mas como motor. Adaptando o livro de Rachel Reid, a produção acompanha quase uma década da relação secreta entre Shane Hollander (Hudson Williams) e Ilya Rozanov (Connor Storrie), dois astros de hóquei no gelo, rivais da NHL. O que poderia facilmente descambar para o melodrama genérico  assume aqui, ser um estudo sobre desejo reprimido, masculinidade performativa e os custos emocionais de existir sob vigilância constante.

Minissérie que une vampiras, pandemias e memória histórica, conectando a Peste Negra à crise da AIDS nos anos 80 na Espanha. Horror queer como ferramenta política. Com estética rosa açucarada e horror camp, Casanova cria uma genealogia de dor e resistência, usando a figura da vampira para denunciar o silêncio do Estado (Silence = Death).

Benny (Benito Skinner), um ex-jogador de futebol americano, tenta esconder sua sexualidade em uma faculdade obcecada por fraternidades, ao som de hinos pop.Uma desconstrução queer do coming-of-age com sátira mordaz. A química explosiva entre Benny e Carmen ("fada viada") é o coração cômico que sustenta a crítica social.


05: JUICE (2ª TEMPORADA), de  Mawaan Rizwan (Reino Unido, 2025)

Jamma navega pela crise existencial e o desemprego morando no sofá de uma amiga, em um universo surreal que mistura animação e sitcom. O tom de Michel Gondry britânico-paquistanês. A série funde humor nonsense com drama profundo, colocando o espectador dentro da mente caótica e poética do protagonista.

Cameron Cope (Miles Heizer) tenta sobreviver ao treinamento em Parris Island no início dos anos 90, quando ser gay nas Forças Armadas era ilegal. Um mergulho tenso na repressão masculina. A série mostra a vulnerabilidade como resistência em um ambiente desenhado para esmagar a identidade.

Após a humanidade ser conectada em uma consciência coletiva pacífica, a única imune é Carol Sturka (Rhea Seehorn), uma lésbica cínica e mal-humorada. Ficção científica existencial de alto nível. Carol torna-se a última representante da humanidade imperfeita, questionando se a felicidade forçada vale o preço da individualidade.

Docusérie de conversa profunda entre o mestre Pedro Almodóvar e seus herdeiros espirituais, Los Javis. Um documento cultural essencial. É uma aula magna íntima que recria momentos e revela o impacto de Almodóvar no cinema queer mundial através de confissões inéditas e belas recriações e depoimentos.

Minissérie brasileira sobre a epidemia de HIV/AIDS nos anos 80, focada no contrabando de AZT e nas redes de solidariedade clandestina. Necessária, ao transformar dor e estigma em memória viva, a produção se recusa a deixar o passado cair no esquecimento e celebra a resistência afetiva brasileira.


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