O velho sujo saindo com todos aqueles adolescentes hipersexualizados em O Cheiro da Gente não é outro senão o diretor voyeurístico do filme: Larry Clark. Estigmatizado por Kids, tudo o que ele faz parece se tratar de uma continuação do longa, de 1995.
Dessa vez, o longa retrata um grupo de skatistas, de Paris, onde a virgindade e a inocência parecem uma memória distante. Em meio a drogas, sexo e Bob Dylan alguns deles resolvem se prostituir para fazer mais dinheiro, no entanto possuem uma mercadoria muito mais valiosa: a juventude.
Quatro dos personagens principais trabalham como acompanhantes permitindo que um de seus amigos o acompanhe e filme suas aventuras. Este jovem voyeur poderia ser um substituto para Clark, que começou há 50 anos tirando fotos espontâneas de seus amigos drogados.
Além do mendigo, o diretor também interpreta Rockstar, apenas mais um admirador do triste protagonista, um michê angelical chamado Math(Lukas Ionesco). Meninos e meninas, jovens e velhos, todos querem um pedaço dele, que parece repudiar seus clientes, incluindo a idosa que cheira cocaína.
Embora Math só faça sexo por dinheiro, seu melhor amigo, JP (Hugo Behar-Thinieres), não faz segredo sobre seus sentimentos românticos. “Estamos em 2013, todos os meninos são bichas”, brinca a frustrada amiga Marie (Diane Rouxel), que não consegue encontrar ninguém que aceite seus favores sexuais, apesar de ser a única menina do grupo.
Retratar o comportamento transgressor de adolescentes, com ênfase especial nos meninos skatistas com os joelhos machucados e nas garotas punk que andam ao redor deles, é a especialidade de Clark, mas ao contrário das gerações anteriores os motivos para se rebelar hoje são outros.
Essa resenha não despertou vontade de ver mas não deixou de ser super interessante
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