Em Postcards from London, de Steve McLean, Harris Dickinson, de Beach Rats(2017), interpreta Jim, um jovem de Essex que se muda para Londres e rapidamente se junta a um grupo de acompanhantes masculinos que intitulados como “Contadores de Histórias”(Jonah Hauer-King, Alessandro Cimadamore, Leonardo Salerni e Raphael Desprez), o treinam em sua profissão.
Esses rapazes são especialistas em arte, para compartilhar conversas intelectualizadas com seus clientes após o sexo. Eles entendem de Gogol, Goya, Fritz Lang, Pasolini, Ticiano, Francis Bacon e Fassbinder, que é homenageado em uma cena em um bar gay onde todos estão vestidos como marinheiros de Querelle.
"Em uma sociedade tão atomizada como a nossa, as pessoas anseiam por intimidade. E é esse o serviço que oferecemos." Jim de olhos arregalados se compromete com seu curso de história da arte, lendo livros sobre pintura e escultura, até que esteja pronto para começar a entreter os clientes como um moderno Joe Dallesandro.
Mas existe um problema. Quando Jim olha para uma grande obra de arte, ele tem espasmos de admiração e depois desmaia. Ao acordar, ele se encontra realmente na pintura que causou a convulsão, essas sequências, fazem que McLean use seu elenco para recriar grandes obras de Caravaggio e Ticiano. Jim fica arrasado com o diagnóstico: como alguém pode ser um contador de histórias se não consegue nem olhar para a arte sem desmaiar?
A sexualidade do filme está na beleza de suas imagens e o coito só é implicitamente sugerido em determinado momento. A diretora de fotografia, Annika Summerson, contribui com composições visuais lindas e frequentemente espirituosas, filmadas inteiramente em estúdios que dão ao filme um clima altamente teatral e estilizado.
Além da imagem de São Sebastião, há uma fixação em desvendar a obra de Caravaggio, que pintava prostitutas, marginalizados e ladrões. O próprio pintor renascentista(Ben Cura) aparece nos delírios de Jim, como um gênio atormentado e perfeccionista.
Postcards from London é um filme de arte, sobre arte e para amantes de arte encontrarem divertimento e identificação. O diretor explora à exaustão suas referências estéticas e intelectuais e ainda coloca em questão a fetichização da arte, algo tão pouco visto antes no cinema.
Aprndendo muito de cinema, achei essa crítica super interessante
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