A inspiração parece vir e a ideia para um novo livro está pronta para ser posta em prática. Sarah está sozinha, exceto por um zelador taciturno, que vai para a aldeia à noite para morar com sua filha, uma anã que parece mais velha do que ele.
Então surge Julie (Ludivine Sagnier), a filha de seu editor. Sarah fica irritada. Sua privacidade foi violada. Julie é cheia de autoconfiança em sua sexualidade. Ela aparece nua na piscina e traz amantes para dormir com ela. Fascinada por sua juventude e sensualidade, Sarah explode de desejo, e começa a espionar a garota que parece tão indiferente à sua opinião. Quando põe as mãos no diário da jovem é que seu romance muda totalmente de rumos.
Há um garçom na cidade, chamado Franck (Jean-Marie Lamour), com quem Sarah conversou e que talvez não ignore sua sexualidade amadurecida. Mas ele se torna uma das conquistas de Julie também, talvez porque a jovem perceba algum tipo de interesse entre Sarah e ele.
E é nesse ponto que o filme dá uma guinada hitchcockniana. O clima de thriller que vinha sendo construído, por meio da trilha e da fotografia voyeurística, finalmente se consolida e o ensolarado azul da piscina acaba ganhando tons sombrios.
François Ozon é um diretor que alterna sua obra entre filmes pesados e obras mais leves e coloridas. Desta vez ele optou por criar um thriller sobre a tensão sexual entre duas mulheres, a necessidade de criar e até onde a relação das duas protagonistas poderia chegar. No fim, o cineasta francês provoca em seu longa um verdadeiro ensaio sobre a psique humana.
Sensível comentário, o filme é tão bom como a resenha
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