domingo, 6 de junho de 2021

TOP 10 JOHN WATERS



Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+, e para celebrar relevantes diretores do movimento, lançaremos um TOP 10 a cada domingo(não vai ter Pedro Almodóvar, pois já foi feito). 


John Waters é um precursor do movimento queer no cinema, desde o final dos anos 1960, quando realizava experimentos com um grupo de amigos em sua cidade natal, Baltimore, sempre o pano de fundo de seus filmes. Waters alcançou a fama no início dos anos 1970 por seus filmes transgressores, nas famosas sessões da meia noite. O elenco regular era formado pela Dreamland, encabeçada pela Drag Queen Divine, Mink Stole, Edith Massey e David Lochary. O ápice da carreira aconteceu em 1988, com o lançamento de Hairspray, no entanto a partir da década de 1990, sua obra foi ficando cada vez mais esporádica. Seu trabalho é de extrema relevância na arte LGBTQIA+, e embora não dirija nenhum longa desde 2004, segue desenvolvendo instalações, livros falados, escultura, fotografia, fazendo pequenas participações como ator em filmes como Excision(2012) e o remake de Hairspray(2007) e rodando os EUA com seu stand-up This Filthy World.


10 - Clube dos Pervertidos(Dirty Shame, EUA, 2004)



Sylvia Stickles (Tracey Ullman) é uma mulher de meia-idade sexualmente reprimida, que está sempre mal-humorada. Vaughn (Chris Isaak), seu marido, ainda tenta seduzi-la, mas ela sempre o rejeita. Sylvia está mais preocupada em cuidar de sua loja e de sua filha, Caprice (Selma Blair), que possui seios enormes e trabalha como dançarina de boate. Devido a uma série de episódios de atentado ao pudor, Caprice está proibida de sair de casa. O mundo de Sylvia muda completamente após levar uma pancada na cabeça em um acidente. Socorrida por Ray Ray Perkins (Johnny Knoxville), um sexy motorista de guincho, ela passa a dividir com ele seus problemas e sua sexualidade reprimida.



09 - Multiple Maniacs(EUA, 1970)



Lady Divine é a proprietária e operadora de um espetáculo chamado A Cavalgada de perversão, uma exposição gratuita de aberrações e vários atos de fetiche e obscenidades, como o "Puke Eater e junkies se injetando. A mostra é gratuita, mas os artistas diversos devem persuadir e até mesmo fisicamente arrastar relutantes transeuntes a participar. Um dos mais violentos, subversivos, perturbadores e escatológicos longas de Waters. Das imagens mais emblemáticas está Lady Divine caminhando com um garotinho vestido de rei, por Baltimore.


08 - Cecil Bem Demente(Cecil B. DeMented, EUA, 2000)



Cecil B. Demente (Stephen Dorff) é o líder de um grupo de cineastas terroristas que tem como meta principal em sua vida se vingar dos estragos provocados pelo cinema comercial de Hollywood. Para isso, decide sequestrar Honey Whitlock (Melanie Griffith), a mais popular estrela do cinema americano, que estava se dirigindo para a pré-estreia de seu mais novo filme arrasa-quarteirão. Com Whitlock em seu poder, Demente e sua gangue logo preparam a produção de um filme underground, em que forçam a famosa atriz a estrelar. Armados com luzes, câmeras e muita coragem, Demente e sua trupe se preparam agora para filmar em Baltimore, onde pretendem invadir os sets de filmagem de uma badalada sequência.



07 - Viver Desesperado(Desperate Living, EUA, 1977)



Grizelda Brown ajuda Peggy Gravel, recém-saída do hospital psiquiátrico, a assassinar seu marido. Ambas fogem para Mortville, uma estranha cidade governada pela rainha Carlotta(Edith Massey). O reino, esteticamente kitsch é governado de maneira bizarra, numa feroz crítica social, e a oposição feminista quer tomar o controle. Lésbicas no Comando!


06 - Cry Baby(EUA, 1990)



Baltimore, 1954. Lá, vive Wade "Cry-Baby" Walker (Johnny Depp), um bad boy que é líder de um grupo. Ele é conhecido como "Cry-Baby" em virtude de chorar apenas por um olho, mas agora está apaixonado por Allison Vernon-Williams (Amy Locane), uma jovem rica que é criada pela avó, Mrs. Vernon-Williams (Polly Bergen), que considera "Cry-Baby" um delinquente juvenil e não quer vê-lo junto da neta. Além disto, Baldwin (Stephen Mailer), o namorado de Allison que é líder dos "quadrados", está totalmente contra "Cry-Baby" e o resto dos delinquentes juvenis, assim lidera uma guerra santa contra eles.Isto gera pancadaria e vandalismo e os jovens delinquentes são considerados culpados pelo caos, mas são liberados pelo juiz, com exceção de "Cry-Baby", que é mandado para um reformatório. O elenco conta ainda com a então atriz pornô Tracy Lords e o cantor Iggy Pop.



05 - Hairspray - E Éramos Todos Jovens(Hairspray, EUA, 1988)



Tracy Turnblad (Ricki Lake) é uma adolescente que sonha um dia participar do Corny Collins Dance Show, um programa de TV que é febre entre a juventude. Ela consegue ser contratada para o elenco fixo do programa e logo se torna uma estrela. Tracy resolve usar sua fama para promover as causas em que acredita, em especial a integração entre brancos e negros. Só que no seu caminho está Amber Von Tussle (Collen Fitzpatrick), uma colega de elenco que não está nada satisfeita com o sucesso que Tracy tem feito.Além de Divine no papel da mãe da protagonista, o filme ainda conta com participações de Sonny Bono e a vocalista do Blondie, Debbie Harry.

04 - Polyester(EUA, 1981)



Divine é Francine, uma mãe de família que luta para salvar seu casamento e seus filhos. Mas as coisas não são fáceis para a pobre Francine, que logo descobre que seu marido tem um caso com a secretária, que sua filha é ninfomaníaca e seu filho, um maníaco pedólatra. As circunstâncias a levam a cair na bebida e chegar ao fundo do poço. Felizmente, com a ajuda de uma amiga(Edith Massey) - sua ex-empregada que virou milionária - Francine consegue dar a volta por cima e encontrar o amor no galã Tab Hunter. ‘Polyester' marca uma quebra do estilo escatológico do diretor com uma acidez moderada mas onde prevalecem os elementos de sua obra.


03 - Mamãe é de Morte(Serial Mom, EUA, 1994)



Beverly Stuphin (Kathleen Turner) é o mais puro retrato da mãe adorável, carinhosa e perfeita. Seu marido, o dentista Eugene (Sam Waterston), seus filhos Misty (Ricki Lake) e Chip (Matthew Lillard) completam a cena de uma feliz família de classe-média, que se choca ao saber que uma de suas vizinhas está recebendo telefonemas obscenos. O que eles não imaginam é que a "querida e doce" mamãe tem uma forma pouco convencional de cuidar dos assuntos familiares. Ela mata todos aqueles que se atrevem a cruzar seus caminhos. E, conforme as supostas ameaças à felicidade de sua família acontecem, aumenta a contagem de corpos que aparecem na vizinhança, e a polícia se aproxima em descobrir a verdade, ameaçando esse retrato e a felicidade da família perfeita.


02 - Problemas Femininos(Female Trouble, EUA, 1974)



John Waters engrandece o conceito de "Problemas Femininos", nesse tributo aos melodramas de drive-in sobre "delinquência juvenil". A mocinha da história, claro, é Divine, ícone cult, musa transformista de Waters. Divine está sensacional como a adolescente, que foge da casa para uma vida de prazeres libertinos, tudo porque ela não ganhou seu sapato de "chá-chá-chá", no Natal. Na fuga, ela é molestada por um vil motorista (que também é interpretado por Divine). No entanto, ela não deixa que a maternidade interfira nos seus planos de estrelato e se transforma em uma bizarra apresentadora de um espetáculo apocalíptico. O filme segue a mesma linha de contracultura que o filme anterior de Watersm o imoral Pink Flamingos, com personagens bizarros e insanos que não deixam de aparecer em todos os momentos do filme.


01 - Pink Flamingos(EUA, 1972)



Em 1972, após algumas experiências com Divine em Mondo Trasho e Multiple Maniacs, John Waters reuniu seu grupo de amigos da Dreamland, e com um orçamento de U$10.000 filmou sua obra mais controversa e subversiva, Pink Flamingos. Seu primeiro filme em cores consolidou sua parceria com a drag queen Divine, além de reforçar sua estética queer e pervertida que o estabeleceria como o “Papa do Trash”.Divine, a pessoa mais asquerosa do mundo, vive em um trailer em Baltimore, com o nome de Babs Johnson, com sua mãe Edie, interpretada pela peculiar Edith Massey. A mãe vive em um cercadinho de bebê e é obcecada por ovos: “Egs, Egs, Egs, Babs” repete ela. A disputa entre Divine e o casal Connie(Mink Stole) e Raymond(David Lochary) pelo título de pessoa mais repulsiva do mundo, fornece uma sequência frenética de cenas escatológicas, bizarras, transgressoras até o seu atrevido final catártico.

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