Orgulho e Esperança, de Matthew Warchus, conta uma história real que poderia ter sido representada como um drama puro, mas o cineasta optou por uma abordagem mais leve para capturar corações e mentes.
Durante a greve dos mineiros no Reino Unido de 1984-85, um aliado improvável mostrou seu apoio. Liderado por Mark Ashton (Ben Schnetzer), o Gays e Lésbicas Apoiam os Mineiros (GLAM) começou a arrecadar dinheiro para ajudar os trabalhadores sindicalizados. Do lado de fora da livraria “Gay is the Word”, Mark e seus amigos seguram baldes e entoam o nome de sua organização.
Mark convence seus companheiros a perseverar porque as únicas pessoas que os tabloides homofóbicos britânicos tratam pior do que os gays são os mineiros. “Se alguém sabe como é esse tratamento”, diz Mark, “somos nós”.
Os apoiadores da greve foram aconselhados a fazer parceria com as comunidades de mineração porque o governo confiscou todos os fundos do sindicato, tornando impossíveis as doações aos mineiros. Um representante do sindicato Dai(Paddy Considine), se reúne com os jovens homossexuais aceitando o apoio ‘Pensei que o L fosse de Londres.’ diz ele.
Quando os ativistas partem para a comunidade mineira em Gales, encontram gente preconceituosa, exceto pelas mulheres idosas encabeçadas por Helfina(Imelda Stauton), que adoram as meninas lésbicas, o maduro Cliff(Bill Nighy) e a esclarecida Sian(Jessica Gunning).Não demora, porém, para que eles conquistem todos, menos uma família repressora que incita homofobia. A cena da dança de Dominic West, no meio de um grupo de idosos, é no mínimo memorável.
A narrativa é intercalada por uma trilha sonora sensacional: Yazoo, Culture Club, Dead or Alive, Frankie goes to Hollywood, Queen, Grace Jones, Soft Cell e Bronski Beat, que participa ficcionalmente em uma cena de um show beneficente, com o clássico Why.
Os atores habitam seus personagens de maneira tão convincente, que a luta pela qual participaram se torna um pano de fundo realista e comovente. Imperdível, o final do filme é cheio de esperança para o Reino Unido e a comunidade queer, que naquela época viviam o regime repressor de Margareth Thatcher. Em 2014, Orgulho e Esperança, foi exibido na Quinzena dos Realizadores, do Festival de Cannes, onde ganhou o prêmio máximo LGBTQIA+: o Queer Palm.
Que critica inspiradora!
ResponderExcluirA "dança memorável" me fez querer ver esse filme urgente