sábado, 26 de junho de 2021

Orgulho e Esperança (Pride, Reino Unido, 2014)

Orgulho e Esperança, de Matthew Warchus, conta uma história real que poderia ter sido representada como um drama puro, mas o cineasta optou por uma abordagem mais leve para capturar corações e mentes. 

Durante a greve dos mineiros no Reino Unido de 1984-85, um aliado improvável mostrou seu apoio. Liderado por Mark Ashton (Ben Schnetzer), o Gays e Lésbicas Apoiam os Mineiros (GLAM) começou a arrecadar dinheiro para ajudar os trabalhadores sindicalizados. Do lado de fora da livraria “Gay is the Word”, Mark e seus amigos seguram baldes e entoam o nome de sua organização. 


Mark convence seus companheiros a perseverar porque as únicas pessoas que os tabloides homofóbicos britânicos tratam pior do que os gays são os mineiros. “Se alguém sabe como é esse tratamento”, diz Mark, “somos nós”.


Os apoiadores da greve foram aconselhados a fazer parceria com as comunidades de mineração porque o governo confiscou todos os fundos do sindicato, tornando impossíveis as doações aos mineiros. Um representante do sindicato Dai(Paddy Considine), se reúne com os jovens homossexuais aceitando o apoio ‘Pensei que o L fosse de Londres.’ diz ele.



Aqueles que se juntaram a Mark na viagem incluem Joe (George MacKay), um estudante universitário que não é assumido para seus pais, e o casal de Jonathan (Dominic West) e Gethin (Andrew Scott), que vive um drama pessoal com sua origem galesa. Joe conheceu Mark na parada do Orgulho Gay de Londres em 1984, e logo se uniu à causa.

Quando os ativistas partem para a comunidade mineira em Gales, encontram gente preconceituosa, exceto pelas mulheres idosas encabeçadas por Helfina(Imelda Stauton), que adoram as meninas lésbicas, o maduro Cliff(Bill Nighy) e a esclarecida Sian(Jessica Gunning).Não demora, porém, para que eles conquistem todos, menos uma família repressora que incita homofobia. A cena da dança de Dominic West, no meio de um grupo de idosos, é no mínimo memorável.


A narrativa é intercalada por uma trilha sonora sensacional: Yazoo, Culture Club, Dead or Alive, Frankie goes to Hollywood, Queen, Grace Jones, Soft Cell e Bronski Beat, que participa ficcionalmente em uma cena de um show beneficente, com o clássico Why.


Os atores habitam seus personagens de maneira tão convincente, que a luta pela qual participaram se torna um pano de fundo realista e comovente. Imperdível, o final do filme é cheio de esperança para o Reino Unido e a comunidade queer, que naquela época viviam o regime repressor de Margareth Thatcher. Em 2014, Orgulho e Esperança, foi exibido na Quinzena dos Realizadores, do Festival de Cannes, onde ganhou o prêmio máximo LGBTQIA+: o Queer Palm.


Um comentário:

  1. Que critica inspiradora!
    A "dança memorável" me fez querer ver esse filme urgente

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