Boca a Boca, série de Esmir Filho, para a Netflix, aposta na já conhecida mistura de suspense e juventude, mas com um ingrediente adicional que chama a atenção em meio a uma pandemia. O eixo de sua história é um surto epidêmico causado por uma infecção que se espalha pelo beijo.
A história se passa em Progresso, pacata cidade pecuária do interior de Goiás. Sua aparente calma sofre uma pausa na manhã seguinte a uma festa, quando um dos presentes descobre uma mancha em seus lábios.
A jovem chama-se Bel (Luana Nastas) e foi na festa como todos os alunos do ensino médio do Instituto Modelo, incluindo a sua melhor amiga Fran(Iza Moreira). E ela é a última a ver Bel antes de levá-la para o hospital.
Enquanto ela está internada, o resto dos alunos continuam suas vidas normalmente. Com exceção de Fran, Alex (Caio Horowicz) e Chico (Michel Joelsas), que tentam descobrir a origem da estranha doença que deixou sua amiga em estado grave. Em relação a Chico, ele vive um caso proibido com Maurilio, Thomas Aquino de Bacurau, o capataz da fazenda de seu pai castrador, Dori(Bruno Garcia).
Depois de descartá-la por ser causada por uma droga que vários consumiram na festa, concluem que sua origem está na "orgia do beijo" da qual todos, ou quase todos, participaram. Algo que se confirma quando outro dos que estavam adoece.
Aos poucos vão sendo infectados e a preocupação também começa a crescer entre os pais dos jovens. Os mesmos que intervêm no sepultamento da primeira vítima mortal da infecção, não permitindo que o enterrem no cemitério local.
Mas não é só o contágio que faz parte dos problemas sofridos pelos moradores de Progresso. Existem também diferenças sociais latentes, principalmente entre fazendeiros e seus trabalhadores, além dos conflitos que alguns têm para aceitar sua sexualidade.
No entanto, nem todos os adolescentes estão dispostos a que essa nova realidade afete sua existência e prejudique sua liberdade; especialmente quando os membros de uma seita os tornam participantes de seu modo particular de encarar a vida.
Boca a Boca não só tem boas performances e uma fotografia bem acabada, iluminada em Neon e na qual seu belo cenário natural contribui - mas o ritmo e a singularidade de sua trama fazem da criação uma das apostas brasileiras mais atraentes da Netflix, apresentando um contágio enquanto vivemos numa distopia.
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