Existe uma conexão metafísica entre todos os filmes de Marco Berger. Seu último longa Gualeguaychú: El País del Carnaval, funciona como uma versão semi-documental de seus trabalhos anteriores. Há um pouco de Taekwondo (2016) nele com corpos seminus de homens bonitos em exibição abundante. O ator Gaston Ré, que estrelou Un Rubio(2019) também tem um papel significativo aqui.
Como esperado e para o deleite de seus fãs, a marca registrada de Marco Berger, sentimento de impalpável tensão sexual está presente em todo o filme. O Carnaval prospera na ideia de contrastes - probabilidade homoerótica em um cenário tradicional. Berger conta uma história de orgulho cultural, bem como o orgulho da escolha sexual e como eles podem compartilhar o mesmo espaço social sem comprometer sua autenticidade. São gays, héteros, mas que na avenida só querem cintilar.
A história - parte realidade e parte ficção - é narrada por dois protagonistas - um gay (Vilmar Paiva) e outro heterossexual (Franco Heiler). Filmados em locações ao vivo no famoso Carnaval Gualeguaychú, da Argentina, os atores-narradores principais enfrentam o olhar do público e as suposições que vêm juntos com ele, de frente, enquanto exibem seus corações em um ritual masculino.
Todo homem que participa do desfile de carnaval deve vestir trajes minúsculos e brilhosos com babados e adereços. E Berger explora isso tudo em closes generosos. Os participantes, especialmente os homens, usam-nos e exibem-nos com alegria, sem demonstrar qualquer sensação de insegurança, vivendo apenas a atmosfera do Carnaval.
Por meio do filme, Marco Berger homenageia sua pátria Argentina e sua raiz cultural, que alimentou sua sexualidade e lhe deu voz e identidade. Sua participação como convidado no filme, como diretor de documentário, adiciona uma camada autobiográfica à obra.
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