Através de um riquíssimo acervo audiovisual, Máquina do Desejo, de Lucas Weglinski e Joaquim Castro, revisita mais de seis décadas e avalia a importância do Teatro Oficina Uzyna Uzona na cena cultural do país. A companhia, comandada por Zé Celso Martinez, revolucionou a linguagem teatral no Brasil, causando sempre furor, beleza e polêmica.
O arquivo de imagens passeia pela história do Teatro Oficina, sempre símbolo de resistência. Podemos presenciar, momentos de ditadura, o incêndio que marcou uma reviravolta, além de personalidades como Marieta Severo, Claudia Wonder, Chico Buarque, Fernanda Montenegro, José Wilker, Elke Maravilha, Caetano Veloso, Glauber Rocha, Zé do Caixão, entre muitos outros.
O longa abre o baú de subversidade e acompanha a trajetória de um dos mais vanguardistas movimentos brasileiros. Provocar é uma necessidade, e o espaço localizado no bairro do Bixiga, em São Paulo, é uma verdadeira máquina de ousadia.
O mais importante, porém, no filme é destacar a importância do Teatro Oficina na cena nacional. Um movimento que enfrentou a ditadura, o conservadorismo, o governo e até mesmo uma proposta de compra de Silvio Santos.
Máquina do Desejo – 60 Anos de Teatro Oficina, derruba mitos e mostra toda a contribuição da instituição para a cidade de São Paulo, além de registros históricos de suas montagens, sempre com apelo político, sexual e underground. É uma pena, que após tantos anos de luta e glória, a batalha ainda continua.
Antropofágico, o longa nos proporciona um transe carnal e delirante, ao retratar a trajetória do icônico Zé Celso Martinez, desmistificá-lo, e compreender que assim como a História do Brasil, o Teatro Oficina, também teve que se moldar e se reinventar, mas nunca sem deixar sua essência e sinônimo de potência.
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