A improvisação é uma ótima maneira de contar uma história na tela. Parece natural, fluido e humano. Contado em cinco segmentos, cada um com sua própria protagonista, Leading Ladies, da cineasta espanhola Ruth Caudeli se desenrola como cinco memórias do mesmo jantar. Nada do que acontece lá é exatamente o que parece na superfície, e é apenas quando colocamos as peças juntas que podemos entender o que acontece.
Cada uma das mulheres tem um segredo; cada uma, com ou sem razão, carrega consigo uma certa dose de culpa. Marce (Marcela Robledo) passou dois meses inteiros fazendo algo diferente do que ela afirma.
Existem temas subjacentes óbvios aqui: o ódio a si mesmo com que muitas mulheres são criadas, a vergonha sentida por muitas lésbicas e bissexuais em uma sociedade homofóbica, mesmo depois de se assumirem. Há também um sentimento mais geral de vergonha em relação ao sexo e à atividade sexual.
Filmado na Colômbia, o filme desenvolve o jantar que segue a partir das perspectivas de cada participante, e cada vez que a "história" começa de novo, aprendemos mais sobre as correntes não ditas acontecendo. Cada uma das mulheres também têm sua cota de segredos e arrependimentos, os quais estão muito relutantes em expor.
Ser verdadeiro é uma questão importante aqui, e onde algumas das mentiras são novas, outras foram mantidas por alguns anos. Isso espalha confusão até mesmo sobre questões que dizem respeito às sexualidades de cada uma das mulheres.
De forma impressionante, Caudeli confia muito em suas atrizes enquanto as filma sem roteiro. É uma aposta que vale a pena, pois dá autenticidade ao quão bem afinada as amizades realmente são, à medida que se equilibram para sobreviver ou simplesmente vacilar.
O que faz o filme realmente funcionar é que todos nós podemos nos conectar pessoalmente com pelo menos um desses personagens sobre o que queremos compartilhar com nossos amigos. E talvez até mais de um deles.
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