Riot Girls usa de muitas influências: histórias em quadrinhos, filmes adolescentes dos anos 80 e punk rock. O filme pega essas coisas, coloca em um liquidificador metafórico e surge como algo ambicioso e divertido. A diretora Jovanka Vuckovic, em sua estreia, está claramente a caminho de grandes feitos.
A história se passa em um universo alternativo, de meados dos anos 1990, no qual todos os adultos foram mortos por algum tipo de vírus, deixando os jovens a administrar a sociedade por conta própria. Punks Scratch (Paloma Kwiatkowski) e Nat (Madison Iseman) são de um lado dos trilhos de uma pequena cidade.
Elas se aventuram do outro lado para resgatar o irmão de Nat, que foi sequestrado por Jeremy (Munro Chambers), o sádico líder de uma gangue cujos membros são todos atletas. A presença deles dá início a uma série de eventos sangrentos que faz com que vários personagens desenvolvam percepções importantes sobre si mesmos.
Riot Girls tem muito trabalho a seu favor. Os desempenhos são uniformemente bons, com Kwiatkowski e Iseman gerando uma química atraente. Sentimos que há mais do que amizade entre Nat e Scratch; as atrizes tornam isso palpável. Chambers é um vilão adequadamente intimidante, e Evan Marsh se torna um ladrão de cenas como Devon, um Titã “legal” que se sente pressionado a provar a Jeremy que ele pode usar a violência para manter a ordem.
A diretora demonstra um estilo visual impressionante, ocasionalmente fazendo a transição entre as cenas, dividindo a tela em painéis de quadrinhos. O roteiro, de Katherine Collins, por sua vez, tem um tema relacionado à disparidade socioeconômica que deve tocar o sino do público-alvo do filme. Enquanto os Titãs fixam residência em uma escola de ensino médio agradável e confortável, os punks ficam presos no que parece ser um antigo depósito e são forçados a lutar por suprimentos básicos, como pilhas.
O longa funciona como o conceito do jovem mantendo uma sociedade sem adultos, porém não expande a temática, em seus apenas 75min. Temos apenas vislumbres de como funciona este mundo caótico sem pais. No entanto nota-se coração e alma na direção do filme, o que fazem que ele acerte o alvo.
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