quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

TOP 100 - 69 AO 60

 69 - Rafiki (Quênia, 2018)

Rafiki é um romance, entre duas jovens, ambientado em um lugar onde tais histórias de amor, na vida real e na tela, são proibidas por lei. É o primeiro filme queniano a ser exibido em Cannes e, mais importante, o primeiro filme com uma mensagem positiva sobre a homossexualidade no Quênia, onde o filme foi banido em seu lançamento.  A diretora, Wanuri Kahiu, cria uma ode lírica para encontrar uma alma gêmea em meio a uma maioria indiferente, usando o conto de Monica Arac de Nyeko, Jambula Tree, como sua base.


68 - As Horas(The Hours, EUA/Canadá/França/Reino Unido/Alemanha, 2002)



O romance Mrs. Dalloway(1925), de Virginia Woolf, conecta as três histórias de As Horas, de Stephen Daldry. Em diferentes épocas, Virginia Woolf, Nicole Kidman, ganhadora do Oscar, entra no rio e se afoga. Laura (Julianne Moore) está em sua cozinha arrumada, sobrecarregada pela expectativa de conformidade dos subúrbios, enquanto as lágrimas escorrem  como chuva. Clarissa (Meryl Streep) permite que uma onda de pânico a desfaça



Em 1992, quando o filme, de Neil Jordan, foi lançado o protagonismo trans e ainda por cima negro era tabu e o diretor quebrou essa barreira construindo uma história delicada e visceral para a protagonista Dil, interpretada por Jaye Davidson, indicado ao Oscar de ator coadjuvante naquele ano.

66 - O Funeral das Rosas(Funeral Parade of Roses, Japão, 1969)


No Japão dos anos 1960, as mulheres trans passeiam pelas ruas enquanto chamam a atenção dos passantes. Ainda que o filme, de Toshio Matsumoto, O Funeral das Rosas, trate questões trans com certa naturalidade, ele utiliza  um caráter experimental, e que quebra os padrões da linguagem cinematográfica, tanto na direção de fotografia, como na montagem e trilha. Integrante da chamada New Wave do cinema japonês o filme traz referências a elementos contemporâneos à época como Nouvelle Vague francesa e foi baseado em Édipo Rei e declaradamente uma fonte de inspiração para Stanley Kubrick, em Laranja Mecânica.


65 -Línguas Desatadas(Tongues Untied, EUA, 1989)


Línguas Desatadas, é o tipo de recado urgente de uma sociedade negra e gay que vivia nos Estados Unidos sob as administrações Reagan e Bush; é um relatório das próprias margens, composto de alguma forma fora da linguagem habitual. O diretor Marlon Riggs coloca à frente e no centro um núcleo de depoimentos - alguns falados, outros cantados, outros em rap- refletindo sobre o duplo preconceito enfrentado por homens, negros e gays, no epicentro da AIDS: atacados tanto por sua cor de pele quanto por preferências sexuais.


64 - E Então nós dançamos(And then we danced, Georgia/Suécia, 2019)

Um conto apaixonado de amor e libertação ambientado nos confins conservadores da sociedade georgiana moderna, E Então Nós Dançamos, de Levan Akin, segue Merab, um dançarino dedicado que treina há anos com sua parceira Mary para uma vaga no National Georgian Ensemble. A chegada de outro dançarino, Irakli, dotado de forma perfeita e equipado com uma tendência rebelde, desequilibra Merab, provocando uma intensa rivalidade e um desejo romântico que pode levá-lo a arriscar seu futuro na dança, bem como seu relacionamento com Mary. e sua familia.



Carlitos(Lorenzo Ferro) é um jovem de dezessete anos com arrogância de estrela de cinema, cachos loiros e cara de bebê. Quando menino, ele cobiçava as coisas de outras pessoas, mas foi só no início da adolescência que sua verdadeira vocação - ser um ladrão - se manifestou. Ao conhecer Ramon(Chino Darín) em sua nova escola, Carlitos se sente imediatamente atraído por ele e começa a se exibir para chamar sua atenção. Juntos, eles embarcam em uma jornada de descobertas, amor e crime. Matar é apenas um desdobramento aleatório da violência, que continua a aumentar até Carlitos ser finalmente preso. o filme, de Luis Ortega, é baseado na vida de Carlos Robledo Puch,  coberto de atenção por causa de sua beleza, ele se torna uma celebridade da noite para o dia. Ao todo, acredita-se que ele tenha cometido mais de quarenta roubos e onze homicídios. Hoje, depois de mais de 46 anos de prisão, Puch é o preso mais antigo da história da Argentina.


Nessa obra visceral, de Rainer Werner Fassbinder, impulsionado pela agonia de um amor não correspondido, Erwin Weishaupt(Volker Spengler), trabalhador de matadouro e pai de um filho casado, reúne coragem para se tornar Elvira. Como resultado, rejeitada por amigos e familiares, a desesperada Elvira busca consolo em todos os lugares errados, expondo-se ao desprezo vitriólico e ao ridículo cruel. Enquanto a aflita Elvira vagueia pelas sombrias estradas de Frankfurt com a prostituta Zora, lutando para sobreviver em um ambiente urbano sem rosto definido pela brutalidade, solidão e desespero, ela refaz memórias de seu passado conturbado.


61 - Tom na Fazenda(Tom à la Ferme, Canadá, 2013)


Dirigido e estrelado por Xavier Dolan, o filme conta a história de Tom, que está nas garras da dor e da depressão após a morte de seu amante. Ao conhecer a família do falecido, é revelado que a mãe não sabia da orientação sexual do filho, nem tampouco de seu relacionamento com Tom.O roteiro é baseado em uma peça de Michel Marc Bouchard.


60 - A Rainha Diaba (Brasil, 1974)



Quando os créditos de A Rainha Diaba aparecem na tela, ao som de Índia seus cabelos, somos avisados que todos os personagens são ficcionais, porém sabemos que o argumento do dramaturgo Plínio Marcos, se inspirou na figura de João Francisco dos Santos, o Madame Satã. O longa, de Antônio Carlos da Fontoura, é um marco por ser um dos primeiros no cinema brasileiro, em plena ditadura, a trazer o protagonismo negro e LGBTQIA+l, ainda que esse viesse acompanhado de bandidagem e caricatura. A Rainha Diaba, interpretada pelo gigante Milton Gonçalves tem um reino aos seus pés.

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