quinta-feira, 16 de novembro de 2023

TOP 10 DIRETORES

 

Há muitas maneiras de definir a formação cinéfila de um apaixonado pela sétima arte. Estudar é a melhor delas. No meu caso, está no DNA, desde criança passava horas nas vídeo locadoras , para um dia entender e descobrir que quem estava por trás das grandes obras eram os diretores. A filmografia de importantes cineastas passou a me interessar e comecei a maratoná-las. Não importava país, década, nem movimento. O importante era se aprofundar, e seguir se aperfeiçoando, para buscar um conhecimento e embasamento que não transcendesse apenas a tela, mas também a vida. Quando comecei com o projeto da página já tinha muitos favoritos, muitos diretores com os quais me identifico com a obra, porém ela me permitiu abrir ainda mais a mente e adentrar o desconhecido para hoje, finalmente, eleger o meu TOP  10 DIRETORES LGBTQIA+.

10 - Christophe Honoré




A obra de Christophe Honoré alterna temas, ele vai do drama denso de Minha Mãe(2004) ao musical, como na obra prima Canções de Amor(2008), passeia ainda pelo cinema infantil, mas também pelo desejo, de Homem no Banho(2010), e toca em temas delicados de uma maneira leve, caso de seu impecável Conquistar, Amar e Viver Intensamente(2018). Uma de suas mais recentes obras, Le Lycéen(2022), com Juliette Binoche e Vincent Lacoste,  nos leva de volta à adolescência do realizador francês com todo sem tom autobiográfico.


09 - Hilton Lacerda e Cláudio Assis




O combo Hilton Lacerda + Claudio Assis é infalível. Ambos naturais de Pernambuco, trabalharam juntos diversas vezes, colocando a cultura de seu estado na tela, com Lacerda escrevendo o roteiro de entre outros Amarelo Manga(2002), Febre do Rato(2011) e Piedade(2019), dirigidos por Assis. Mas em sua estreia como diretor, Hilton Lacerda, proporcionou o iconoclasta Tatuagem(2014), e mal podemos esperar por mais desses conterrâneos do cinema nacional.

08 - Céline Sciamma

Em torno de sua obra, a aclamada Céline Sciamma imprime sua identidade, sempre com um olhar muito feminino e uma poderosa sensibilidade. Seu longa Pequena Mamãe(2021), não foge dessas características e marca a volta da diretora ao universo infantil muito bem explorado em Tomboy(2011). Sua obra prima Retrato de uma Jovem em Chamas, de 2019, a colocou no mapa do mundo, mas a realizadora francesa já trabalhava a feminilidade com tanta delicadeza em filmes como Lírios d’Água(2007) e Garotas(2014).

07 - John Waters



Subversão é o nome! John Waters é um precursor do movimento queer no cinema, desde o final dos anos 1960, quando realizava experimentos com um grupo de amigos em sua cidade natal, Baltimore, sempre o pano de fundo de seus filmes imundos. Waters alcançou a fama no início dos anos 1970 por seus filmes transgressores, nas famosas sessões da meia noite. O elenco regular era formado pela Dreamland, encabeçada pela Drag Queen Divine, Mink Stole, Edith Massey e David Lochary. Afastado do cinema desde o início dos anos 2000, ele que é considerado o PAPA DO TRASH, ganhou recentemente uma estrela na calçada da fama e seu retorno é aguardado para breve.


06 - François Ozon


Um dos principais realizadores franceses da atualidade, François Ozon, teve algumas aulas de atuação quando adolescente e rapidamente passou a dirigir. A partir do sucesso de Sob a Areia, de 2000, Ozon se torna um dos queridos dos cinéfilos e da crítica, realizando uma filmografia extensa e muito diversificada. Em suas obras o diretor trabalha constantemente temas como: sexualidade, amor e morte.

05 - Todd Haynes


Velvet Goldmine(1998) foi um marco não só estético, como uma experiência suntuosa que ajudou a moldar meus gostos musicais. Todd Haynes desde então passou a ocupar um lugar cativo na minha carteirinha cinéfila. Suas obras, sempre foram transportadas para outro tempo, nos ajudam a entender um caminho percorrido. Logo no seu primeiro longa, Veneno(1993), no movimento new queer cinema o diretor se destacou por seu estilo e longas abordados. O que veio a seguir, foram diversos filmes, geralmente ambientados em outras épocas, contando histórias que naquele tempo não seria possível.


04 - Pier Paolo Pasolini

Com uma obra muito mais política do que queer, a homossexualidade é imposta como norma nos filmes de Pasolini. O italiano foi um raro diretor, que ousou tocar as feridas da sociedade onde mais doía. Como cineasta, Pasolini muitas vezes justapôs polêmicas sócio-políticas com um exame extremamente gráfico e crítico de questões sexuais tabus. Da vasta filmografia do também poeta, ensaísta e filósofo, destacam-se filmes como Teorema, A Trilogia da Vida, e o controverso Salò(1975), baseado na obra do Marquês de Sade, um dos filmes mais indigestos de todos os tempos



Na década de 1970, Jarman falou abertamente sobre homossexualidade, sua luta pública pelos direitos LGBTQIA+ e, a partir de 1986, quando foi diagnosticado, sua luta pessoal contra a AIDS. Foi fazendo um cinema político, de luta e resistência que Derek Jarman soube transformar sua dor em arte e deixou um legado histórico que merece ser conhecido pelas novas gerações.

02 - Rainer Werner Fassbinder


Rainer Werner Fassbinder é um dos mais importantes representantes do Novo Cinema Alemão. Durante a sua curta carreira, fez 43 filmes, incluindo a série Alexanderplatz, e trabalhou como ator, cinegrafista, roteirista e produtor. Vindo do teatro ele levou sua trupe ao cinema e fez, em média, um filme a cada 100 dias. Sua disciplina e criatividade efervescentes faziam contraponto com os excessos de sua vida pessoal. Homossexual assumido, predominam em suas obras temáticas relativas à situação de "deslocados" na sociedade alemã pós guerra. Com O Desespero de Verônika Voss(1982) ganhou o Urso de Ouro, mas sua obra prima, Querelle(1982), foi lançada postumamente.



Se há um cineasta que conversa diretamente comigo é Pedro Almodóvar. A identificação com os diálogos, a cultura espanhola e a estética é instantânea. Na infância lembro de seus filmes na TV, e sempre me causavam impacto, mas foi a partir de Tudo Sobre Minha Mãe(1999) que passei a me aprofundar na obra do diretor, que sempre me surpreende, e poucas vezes decepciona. Seus filmes me levam dos prantos às lágrimas em segundos. É a linguagem. É arte pura. É paixão. É a essência. É cinema. 


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