Uma explosão de hormônios. Marinheiros. Homens suados. Fetiches Homossexuais. Assim é Querelle, último filme do gênio alemão Rainer Fassbinder, lançado meses após sua morte por overdose de cocaína em 1982, aos 37 anos.
Baseado na obra de Jean Genet escrita em 1947, o filme possui um clima teatral e claustrofóbico, além de uma atmosfera homoerótica. A belíssima fotografia transmite um eterno pôr do sol destacado por formas fálicas, em torres ou pichações.
Tão lindo quanto diabólico Querelle é um marinheiro no Porto de Prest que explora sua sexualidade com homens e com a cafetina Lisyane, interpretada brilhantemente por Jeanne Moreau. Enquanto protagoniza cenas tórridas de sexo também desenvolve uma atração pela criminalidade, tornando-se um ladrão e assassino.
Lysiane é uma grande personagem, a cafetina protagoniza diálogos poéticos e existencialistas e também apresenta um belíssimo número burlesco, onde a letra traz a famosa frase de Oscar Wilde "Todo mundo mata aquilo que ama".
Uma narração que fala dos sentimentos e desejos de Querelle e dos demais personagens dão ao filme um clima onírico, como se fosse quase uma alucinação.
O primeiro beijo num homem. Uma viril masculinidade. O desejo de ser penetrado. A descoberta do amor. Querelle é um mistério a ser desvendado, uma personalidade movida por desejos sendo de ter ou receber prazer. É com certeza a obra prima definitiva do Cinema Queer.
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