quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Boy Erased: Uma Verdade Anulada(Boy Erased, EUA, 2018)

Instituições como o AA e o NA prestam um serviço de reuniões e 12 passos, que são realmente eficientes. Mas a dependência química é uma doença, incurável por sinal, mas tratável. Muito diferente da homossexualidade, que não tem cura, pois não é uma doença.

Jared, Lucas Hedges de Lady Bird, é um jovem de 18 anos, filho do pastor Marshall, interpretado por Russell Crowe e Nancy, a ótima Nicole Kidman. Atormentado pelas ideias retrógradas do pai, pelas palavras da bíblia e pelos sermões, ele aceita frequentar um programa de “adequação sexual”. No comando deste programa está Victor Sykes, interpretado pelo também diretor do filme Joel Edgerton. A “terapia”, permitida até hoje em 36 estados americanos, consiste em mudar o comportamento e os instintos de jovens associando homossexualidade à promiscuidade, abuso e AIDS, em reuniões e palestras e implantando o "inventário moral", técnica do AA. Narrado pelo protagonista, o filme é baseado no livro Boy Erased: A Memoir, de Garrad Conley. Lutando contra a própria natureza, Jared se submete aos opressores tratamentos em busca da aceitação  dos pais. No caminho, conhece Joe e Gary, interpretados pelos gays multifacetados Xavier Dolan e Troye Sivan.


A ignorância, a falta de informação, a crença desenfreada, faz com que Jared, um garoto tão talentoso para escrever entrando para a faculdade, passe a começar a apagar sua verdadeira personalidade, embora não consiga resistir aos instintos.

Lucas Hedges tem momentos realmente brilhantes ao lado de Russell Crowe e Nicole Kidman, com diálogos cheios de camadas que reforçam suas verdadeiras vontades, sempre com ternura e uma excessiva preocupação do pai.

O filme é um triste retrato sobre conservadorismo e homofobia entre a comunidade religiosa. O tema da "cura gay" e da religião já foi abordado em obras como Orações para Bobby e Eu sou Michael, mas aqui, o diretor vai mais fundo, denunciando lugares de lavagem cerebral, que mais parecem clínicas compulsórias e que ainda são permitidos, na América, em plenos tempos de Orgulho LGBTQIA+


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