sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Um Homem chamado Flor de Outono(Un Hombre llamado Flor de Otoño, Espanha, 1978)



A primeira cena, do filme de Pedro Olea, nos mostra a Sagrada Família, estamos na Barcelona da década de 1920. Um homem chamado Flor de Outono é uma história verídica, relatada na peça de José María Rodriguez, que inspirou o roteiro. O filme é um dos primeiros longas na Espanha, a abordar a homossexualidade, na transição pós ditadura de Franco.

Lluís Serracant, interpretado por José Sacristán, leva uma vida dupla, de dia ele é um advogado da alta burguesia catalã e de noite ele é Flor de Otoño, uma transformista que apresenta belíssimos números burlescos e românticos em um cabaré de Barcelona. O ator foi premiado em San Sebastian, em 1978, por sua sublime interpretação.

O cabaré é como um universo paralelo, já que de dia Lluis tem uma vida completamente diferente, junto do namorado,com quem comparte ideais além da cama, ele pertence a um grupo anarquista. O palco do cabaré também é animado por Lola Nicarágua - A Rainha da Banana, interpretada por nada menos que o jovem Pedro Almodóvar, fazendo um questionável blackface.

A morte de uma artista do cabaré faz com que o companheiro Armengol(Roberto Carmadiol) desconfie de Lluis, já que esse a havia ameaçado na noite anterior. A desconfiança levará a história a rumos catastróficos. Enquanto isso, Lluis, o namorado e um amigo planejam um atentado contra o ditador Primo de Rivera.

Esse filme é um clássico na Espanha, muito relevante por tratar da homossexualidade, do transformismo e ainda do anarquismo, na conservadora Espanha, dos anos 1920. A obra foi realizada em um período importantíssimo para o país, o da queda da ditadura franquista. Finalmente homossexuais ganharam voz e deixaram de representar apenas personagens caricatos no cinema para receber papéis com profundidade e sensibilidade. 


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