segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Pariah(EUA, 2011)


Premiado em Sundance e no GLAAD Media Awards, Pariah, escrito e dirigido pela cineasta Dee Rees, traz representatividade negra e lésbica para o cinema independente. O filme, que tem Spike Lee como um dos produtores executivos, conta a história da adolescente Alike(Adepero Oduye) e seu processo de descoberta.

Pariah é um termo em inglês designado para pessoas que não são aceitas. E é justamente aceitação que Alike procura, mesmo quando após sair de casa, com roupas femininas, troque por masculinas e ande acompanhada de sua amiga butch, Laura.

O filme desconstrói a imagem da lésbica feminina, e mostra mulheres que gostam de se vestir como homem, de boné e até cueca, mesmo que não se identifiquem como trans. Aos 17 anos, Alike ainda não teve nenhuma experiência, e impulsionada por sua mãe Audrey(Kim Wayans) passa a andar com uma ‘menina da igreja’. Baseado nas experiências da própria diretora, o filme captura temas como misoginia, homofobia, preconceito racial e religião. 

A música e a poesia a aproximam de Bina(Aasha Davis). Alike tem o primeiro beijo, a primeira transa, o primeiro amor e a primeira decepção. O processo de construção da identidade da personagem é muito bem conduzido e podemos embarcar junto em sua trajetória rumo a uma nova realidade.

A relação familiar é o grande ponto de conflito. Enquanto a irmã mais nova a aceita, a mãe Audrey, numa interpretação insana de Kim Wayans, está a beira de um ataque de nervos diante da possibilidade de ter uma filha gay.

“Não estou fugindo, estou escolhendo” afirma Alike para quem quiser ouvir. Esse longa é pura representatividade, chegou antes de Moonlight, ganhar o Oscar e de Pose virar hit, já abrindo caminho para que a visibilidade e protagonismo negro e LGTQIA+ finalmente pudessem ganhar o mainstream.


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