Segundo longa metragem de Marco Berger, Ausente é diferente de tudo o que ele faria a seguir, talvez se assemelhe um pouco à sua mais recente obra El Cazador, de 2020. Ganhador do cobiçadíssimo Teddy Award no Festival de Berlim, o filme arrasou em festivais ao redor do mundo como o Queer Lisboa, lançando a marca de Berger.
A premissa do filme é muito interessante, a do assédio sexual na escola, mas ao contrário, pois o assediador é um aluno. Martín(Javier de Pietro), é um adolescente de 16 anos, que desde os primeiros minutos do filme, tem o corpo exposto em um exame médico.
Martin observa com luxúria os colegas de natação mas seu principal objeto de desejo é o professor Sebastian, interpretado por Carlos Echevarria. Um dia ele arruma uma desculpa para sair da aula com o adulto e assim, acaba, meio que forçando a barra, e dormindo em seu apartamento, na esperança que role algo. Nada acontece, e por mais que isso coloque em questão a pedofilia, há sim uma forte tensão sexual.
Quando Sebastian descobre que tudo foi uma mentira de Martin, fica furioso. Mas como o aluno está sempre ausente em suas aulas, ele não consegue conversar para esclarecer a situação. No entanto, quando o adolescente lhe conta de suas reais intenções ele tem uma violenta reação.
Com o perdão do trocadilho Ausente é um filme presente. Há presença de criatividade, de técnica e de inovação. Por mais que a crítica questione a profundidade de seu conteúdo, o filme é um thriller gay marcado por tensão e uma trilha que torna tudo muito mais atmosférico.
O roteiro escrito pelo próprio Marco Berger nos guarda uma inesperada reviravolta e a sensação incômoda pela qual passa aquele professor. Desconfortável, e com uma incrível sutileza, Ausente é sem dúvida, um filmaço!
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