Polarized, de Shamin Sarif, é sobre Lisa (Holly Deveaux), uma aspirante a musicista presa nas engrenagens rurais da vida na fazenda e Dalia (Maxine Denis), uma executiva de agricultura urbana cuja família muçulmana palestina a mantém em restrições rígidas. O que começa como um mal-entendido hostil floresce em compaixão e amor neste romance sáfico sobre família, honra, gentrificação e perda.
Ambas as personagens principais estão lutando, o que é especialmente o caso quando suas sexualidades são questionadas. Há um profundo sentimento de saudade que Sarif costuma utilizar na tela entre duas mulheres que é elétrico e envolvente.
A diretora coloca com sucesso um enredo intenso em uma paisagem rica, com lindas terras agrícolas emoldurando a narrativa, mas essa atmosfera do roteiro sugere que, apesar de uma bela locação, Lisa e Dalia estão expostas a uma realidade brutal.
O drama é transmitido de forma autêntica e mostra que ambas as mulheres experimentam uma encruzilhada na vida em relação às suas famílias e identidades. Lisa deve aprender um maior senso de autoestima, enquanto Dalia procura expressar melhor sua vulnerabilidade.
Da mesma forma, sua dinâmica permite uma exploração clara das complexidades do cristianismo, bem como das expectativas de gênero dentro de uma família árabe. Apesar de suas diferentes educações, tanto Lisa quanto Dalia têm expectativas familiares impostas a elas, o que as deixa abertas ao julgamento.
A relação entre as duas mulheres constrói lenta e deliberadamente, à medida que elas procuram esquecer suas diferenças e acabam se apaixonando no processo. Suas diferenças tornam seu vínculo mais forte à medida que lutam mais para ficarem juntas.
Inspirado na própria história de Sarif com a parceira e produtora Hanan Kattan, Polarized levanta questões importantes sobre as limitações de ver o amor através de uma lente binária, enquanto desafia o espectador a aceitar que mesmo as cidades mais pacatas e aparentemente inocentes podem transbordar de homofobia e intolerância.
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