segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Me Chame pelo seu Nome(Call me by your name, França/Itália, 2017)



“Me chame, pelo seu nome que eu te chamo pelo seu” essa é a frase dita pelos protagonistas quando finalmente se entregam um ao outro e que dá título ao livro de André Aciman, adaptado por James Ivory, de Maurice, e dirigido por Luca Guadagnino. 

As esculturas que ilustram os créditos de abertura dão a imensidade dos sentimentos e sexualidade que o filme irá explorar durante as próximas duas horas, além é claro de propor um ponto de vista da vida pela ótica da arte.

Verão de 1983. Norte da Itália. Elio, Timotheé Chalamet, um adolescente de 17 anos, observa a chegada do americano Oliver, Armie Hammer, o novo assistente de seu pai. O encantamento pela beleza e logo pela personalidade do estrangeiro é quase imediato. 

Elio desbrava cada movimento, cada pedaço do torço desnudo de Oliver e começa a questionar a fluidez de sua sexualidade. Com a dúvida na cabeça, acaba se envolvendo com Marzia com quem tem a primeiro relação. 

Mesmo que o filme possua um clima lento, ele é todo permeado por uma bela trilha e belas imagens, que nos remetem à Beleza Roubada, de Bernardo Bertolucci. Uma tensão sexual acompanha Elio e Oliver ,que se tornam amigos, durante boa parte do filme, até que com uma imensa sutileza o primeiro beijo acontece.

Com muitas referências ao cinema, à filosofia, literatura e artes plásticas é à mesa, na hora de comer, que a família têm seus momentos mais italianos de todos, onde Oliver é provocativo e acaba despertando a atenção dos pais de Elio.

Com um desfecho brilhante através do monólogo de um personagem, Me chame pelo seu nome, é um filme consistente que trata da vida e do sexo com naturalidade, economizando no erotismo mas apostando na sensibilidade ao retratar uma relação de desejo

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