"Odd Fish", de Snævar Sölvason, reflete uma evolução positiva ao focar em comunidades menores, como os Fiordes Ocidentais da Islândia. Em vez de centros urbanos, o filme integra a experiência trans de Birna (Arna Magnea Danks) à vida cotidiana, sem torná-la o único foco, promovendo uma representação mais natural e inclusiva.
Hjalti (Björn Jörundur Friðbjörnsson) e Björn, que transiciona para Birna, são amigos de infância que gerenciam um restaurante de frutos do mar. Hjalti, rústico e tradicional, contrasta com o reservado Björn. A decisão de manter o restaurante aberto no inverno coincide com a transição de Björn para Birna, desafiando a dinâmica da amizade.
Escrito por Sölvason e Veiga Grétarsdóttir, uma mulher trans, o longa oferece um retrato sensível da transição de gênero. O roteiro destaca nuances culturais, como a falta de vocabulário trans em islandês, e equilibra humor seco com drama terno, capturando a jornada de aceitação em uma vila remota e machista.
As atuações em "Odd Fish" são notáveis. Friðbjörnsson brilha como Hjalti, cujas falhas de comunicação criam conflitos, mas revelam um coração genuíno. Danks entrega uma performance poderosa, especialmente quando Birna abraça sua identidade trans, trazendo autenticidade e vigor à narrativa.
Filmado nos cenários gélidos dos Fiordes Ocidentais, o filme usa a cinematografia de Birgit Guðjónsdóttir para evocar isolamento e beleza. A trilha sonora de Magnús Jóhann complementa o tom caloroso, enfatizando a necessidade de conexão em uma comunidade onde todos devem coexistir.
Apesar de sua força, "Odd Fish" tem um pequeno deslize: a transição de Birna ocorre de forma abrupta, e um desenvolvimento mais gradual teria enriquecido a narrativa. Ainda assim, o filme destaca o que une amigos e vizinhos, promovendo empatia e aceitação, com a jornada de Hjalti como foco transformador.
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