Sensação no Festival de Veneza em 2016, com o realizador Amat Escalante ganhando o Leão de Prata de Melhor Diretor, o longa A Região Selvagem esbanja criatividade, estranheza e toques de erotismo, para contar uma história no mínimo inusitada.
Logo na primeira cena, nos deparamos com um meteoro caindo em uma região remota no México. Nesse vilarejo somos apresentados aos personagens principais Alejandra(Ruth Ramos), seu marido Angel(Jesus Meza) e o irmão, com quem o esposo está tendo um caso, Fabian(Eden Villavivencio)
A queda do meteoro, o clima de mistério que rodeia os personagens e o vilarejo são metáforas para como lidamos com o prazer e a sexualidade, e uma eterna insatisfação, embora o filme esteja repleto de analogias, abertas à interpretação.
Quando Veronica(Simone Buci) apresenta a Fabian uma criatura vinda do espaço, guardada por dois idosos, a história toma rumos completamente inesperados. O design do Alien é instigante e mostra certa influência do clássico de Ridley Scott. A estética do filme, rendeu o Ariel, Oscar mexicano, de efeitos visuais, que também premiou Escalante, como Melhor Diretor.
Fabian aparece quase morto num lago, e sua relação abusiva com Ángel vem à tona, esse acaba se tornando um dos principais suspeitos. Enquanto isso, a solitária e traída Alejandra irá explorar a criatura, mais uma vez apresentada por Veronica.
O surrealismo, a fantasia, a câmera com planos longos e a trilha de tensão nos oferecem uma mistura de David Cronenberg e Buñuel, ao mesmo tempo que lembra obras recentes como A Bruxa e Melancolia, e fazem com que A Região Selvagem seja algo totalmente diferente do que já vi no cinema mexicano. É criativo, ousado, poético e por fim, arrebatador!
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