domingo, 17 de janeiro de 2021

Seu nome gravado em mim(Your Name Engraved Herein, Taiwan, 2020)


Sucesso absoluto de público e crítica em Taiwan, o longa de Kuang Hui-Liu segue uma fórmula bastante utilizada atualmente, o romance complicado e complexo entre jovens descobrindo a sexualidade, no ensino médio.

Baseado nas experiências pessoais do diretor, o filme começa em 1987, ano que a Lei Marcial foi suspensa em Taiwan. Dois amigos, Jia-han, Eward Chen, e Birdy, Jing Hua Tseng, passam o tempo todo juntos, aflorando assim, mais do que uma amizade. Mas quando Birdy, arruma uma namorada a situação dos dois amigos, muda.

A narrativa não linear do filme, faz com que a história esteja toda sendo contada por Jia-Han a um padre canadense da escola, interpretado por Jean François Blanchard, que diante de um garoto destroçado por amor, se mostra muito solidário.

Taiwan é uma exceção quando o assunto é liberdade sexual na Ásia, por isso a importância desse filme, que discute homofobia, relações familiares e bullying, é gigante e a visibilidade que está ganhando graças a sua chegada na Netflix, o dará ainda mais força. O ativismo é defendido por meio da presença do militante Chi Chia-Wei, que aparece em um protesto com uma roupa feita de camisinhas.

Transtornado com sua paixão avassaladora Jia-han, já não consegue mais lidar com seus sentimentos e se torna descontrolado, ao mesmo tempo em que, na puberdade, está explodindo de testosterona e não pode dividir seu desejo com Birdy, que o rejeita. Jia -han sofre!

O filme tem todos os elementos de um bom melodrama, muita música, a canção de Crowd Lu, de mesmo título do filme, ganhou o prêmio mais importante do cinema de língua chinesa, atuações consistentes, uma direção espetacular, fotografia linda e reviravoltas trágicas.

Mesmo que o discurso de Seu nome gravado em mim, já tenha sido explorado em Hollywood e na Europa, o longa se destaca por ser uma produção asiática, onde a repressão sexual sempre foi muito maior. É um lembrete de como era muito mais difícil se assumir gay, há três ou quatro décadas atrás.

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