O México é um país que tem uma tradição cinematográfica muito rica, de Pedro Infante, Luis Buñuel, Cantinflas, Alejandro Gonzáles Iñarritu, Guillermo del Toro à Arturo Ripstein. Mas como país muito machista que é, poucas vezes produziu filmes LGBTQIA+ de impacto, como esse excelente Cuatro Lunas.
O filme de estreia de Sergio Tovar Velarde, faz uma analogia com o ciclo lunar para contar quatro histórias, o e mostra homens em quatro diferentes momentos da vida em um período muito específico do processo e aceitação, passando uma mensagem poderosa de otimismo. Da infância à maturidade.
O filme abre com vários homens seminus numa sauna, e Joaquin(Alonso Echánove) cobiça um sarado garoto de programa. Sua vida, porém é junto à esposa, filhos e netos, com quem é feliz, mas em meio ao vapor, se envolve com o michê Gilberto. Passa então, a economizar dinheiro para poder pagá-lo.
No segundo segmento temos o casal Hugo e Andrés, interpretado por Antonio Velazquez, que aparece em nu frontal, e o galã mexicano Alejandro de la Madrid. Após 10 anos de namoro eles enfrentam uma crise e as traições e apatia de Andrés.
Fito e Leo se reencontram depois de anos e passam a desenvolver um bromance. Leo, porém não se aceita e luta contra sua natureza, enquanto Fito não tem problemas nenhum em assumir sua homossexualidade. Essa é a história que menos me tocou, ainda que bela e com boas atuações de Gustavo Egellhaf e Cesar Ramos.
A história mais tocante, no entanto, é a do menino Maurício, que aos 11 anos já tem a homossexualidade muito aflorada e está apaixonado pelo primo, o que o coloca em situações de bullying, dramas familiares, além da descoberta sexual.
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O filme mexicano nada mais é que um complexo ensaio sobre a vida, olhado de vários pontos de vista, porém sempre com uma ótica otimista e cheia de esperança. Cuatro Lunas não chega a ser uma obra prima, mas é lindíssimo. Um filme para esquentar o coração com tempero mexicano!
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