quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Pose 2ª Temporada(EUA, 2019)



Strike a Pose! O ano é 1990, e Vogue está no topo dos sucessos. Madonna está trazendo luz e visibilidade à comunidade Ballroom. Por outro lado, a cultuada série de Ryan Murphy, começa sua segunda temporada relembrando o cenário devastador da AIDS, mostrando Pray Tell(Billy Porter) e Blanca Evangelista(MJ Rodriguez) visitando uma ilha, onde soropositivos são enterrados como indigentes.
Coragem, começa a série com o pé direito, dando uma aula sobre HIV e trazendo ativismo para a série, Ryan Murphy militando assim como fez no longa The Normal Heart, introduz através da enfermeira Judy(Sandra Bernhard) as ações da Act UP, importante ONG de prevenção e luta por melhorias na saúde de soropositivos. A personagem também é responsável por cuidar dos pacientes e convence Blanca a começar com o AZT.

Angel(Indya Moore) tem a oportunidade de ser uma modelo da FORD e se inscreve para um concurso. Ela arrasa durante o ensaio ao som de She’s got the look do Roxette. Nessa temporada sua personagem muda o foco, se envolvendo em subtramas sombrias mas finalmente é feliz junto à Papi, que dessa vez ganha muito mais ênfase, revelando todo o carisma do ator Angel Bismark Curiel.

A arrogante Elektra(Dominique Jackson) está ganhando cada vez mais dinheiro e todos estão curiosos para saber como. Ao som de The Doors ela adentra um club de sadomasoquismo onde está trabalhando como Dominatrix, humilhando homens que pedem para sofrer. Sem se adaptar na Casa Evangelista ou Ferocity, a personagem resolve criar a casa Wintour, acolher novos filhos e trazer muito glamour e beleza para os bailes, sempre em seu alto nível. E dessa vez, vemos uma Elektra diferente da primeira temporada, muito mais humana e solidária com suas irmãs e filhas.



Blanca consegue abrir seu próprio salão, embora tenha que enfrentar constantemente a proprietária do estabelecimento Frederica Norman, interpretada por Patti LuPone, que mais tarde trabalhou com Murphy em Hollywood. Enquanto isso vê seus filhos desabrocharem, apesar da relação de Damon(Ryan Jamal Swain) e Ricky(Dylon Burnside) não ir nada bem.


Angelica Ross, a Candy, ganha muito mais visibilidade nessa temporada, e não vou contar porque, pois seria um grande spoiler. Mas a atriz negra e trans, que foi chamada por Murphy para ser uma das protagonistas de American Horror Story 1984, brilha absoluta no episódio Nunca conheci um amor assim, onde a maioria do elenco tem um momento especial. Para mim, o melhor capítulo da série.


O episódio 5, O que Candy Faria, é praticamente em função do teste de Damon e Ricky para a Blonde Ambition Tour da Madonna, porém eles não passam, mas acabam protagonizando vários momentos, dançando músicas como Can’t touch this, Nothing Compares 2 You, It’s must been love, Janet Jackson e claro, Vogue para um programa piloto de TV.

Enquanto no quinto temos dança, no sexto temos música. O amor precisa de amor hoje é o episódio do Cabaré da AIDS, onde Billy Porter apresenta um número lúdico e até Frederica arrasa cantando I’m Still Here. Quem sabe, esse lindo momento numa ala de hospital, não foi para relembrar um pouquinho os tempos de Glee?

O oitavo episódio, já caminhando para o final, Revelações é marcado por muitas descobertas, brigas e rupturas, sempre colocando em questão o drama, que é viver com o HIV quando o tratamento ainda não é eficaz. As cenas do Baile, no entanto, são sempre um alento e um momento para respirar em meio a tantos acontecimentos tensos, as categorias são as mais variados, mas sempre com uma trilha fantástica vemos de Maria Antonieta, Vênus à Drag Queens. Dessa vez o conselho dos ballrooms aparece criando conceitos, sempre à mesa de uma lanchonete.

Chegando ao final da temporada, temos um episódio leve, ensolarado e com uma pegada de road movie. Em A Vida é uma praia, um trocadilho para Life is a Bitch, Lulu Ferocity(Hailie Sahar), mais um destaque da temporada, Elektra, Blanca e Angel vão à praia onde tem ótimos momentos, inclusive Blanca arruma um crush. E vemos Elektra mais humana do que nunca. As cenas delas cantando sucessos dos anos 1990, são icônicas.


Em seus Saltos, o episódio mais bonito da temporada, encerra essa segunda parte de Pose deixando uma mensagem poderosa de otimismo, amor e esperança. Para evitar spoilers, não contei todos os perrengues que os personagens passam, mas o caminho até o final é árduo. A segunda temporada de Pose é um hino! E que venha a próxima!

Nessa Season, cada um dos episódios termina com uma mensagem de conscientização, positividade e esperança de algum grande ícone da cena ballroom, como Hector Xtravaganza, Octavia Saint Laurent e o próprio Pray Tell.

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