terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Café da Manhã em Plutão(Breakfast on Pluto, Irlanda/Reino Unido, 2005)



O diretor irlandês Neil Jordan, sempre se deu bem ao abordar o universo homossexual, como em Entrevista com o Vampiro e Traídos pelo Desejo, cujo Jaye Davidson, foi indicado ao Oscar por interpretar uma mulher trans.

Em Café da Manhã em Plutão, o cineasta relembra seu passado, voltando para a Irlanda dos anos 1970. Baseado no livro homônimo, de Patrick McCabe, o filme também se divide em 36 capítulos, tal como a obra literária.

Patrick é abandonado ainda bebê para a adoção. A família ao perceber, que ele está crescendo com trejeitos femininos, o rejeita, deixando assim a mercê de personagens que vão surgindo ao longo de sua jornada. 


Já adolescente, interpretado pelo excelente Cillian Murphy, ele curta a era Glam Rock, se maquiando e vivendo o sonho em se transformar em Kitten, uma mulher. Quando decide procurar pela verdadeira mãe, parte para a Inglaterra, a fim de realizar seus sonhos. 

Usando de uma linguagem lúdica para narrar todo o processo de transição de Patrick em Kitten, o diretor faz um grande trabalho misturando realismo com fantasia, nos contando sobre os amores, ilusões e desencantos, da protagonista.


A fantástica trilha sonora, que reúne bandas e músicos como Bobby Goldsboro, Cole Porter, Harry Nilsson, Dusty Springfield, T-Rex, Kris Kristofferson, Patti Page, Buffalo Springfield e Van Morrison, entre outros, insere ainda mais o espectador no universo de Kitten.

Há muita beleza no filme, nos diálogos, nas imagens, na maneira como a história é contada. Ao traçar sua jornada, Kitten conta com o Padre vivido por Liam Neeson, fundamental para a narrativa da heroína. O elenco traz ainda participações de Stephen Rea, Brendan Gleeson, Ian Hart e o cantor Bryan Ferry, mas é Cillian Murphy que, com certeza, brilha do início ao fim.



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