O filme da diretora Eliza Hitman, Beach Rats não é a típica história do romance ou da descoberta homossexual, pelo contrário ele trata da solidão que habita na falta da própria aceitação. A história gira em torno de um adolescente do Brooklyn, que em meio a beberagens, drogas e festinhas com os amigos busca na internet por prazer.
Frankie é um garoto de 19 anos, que vive num padrão heteronormativo e que na vida real provavelmente se cadastraria em aplicativos de encontro como ‘alguém fora do meio’. O que realmente deseja é encontrar caras mais velhos com quem possa a ser dominado, e faz isso por meio de sua webcam às vezes realizando os encontros. A estética do filme, é como a personalidade do protagonista, urbana, obscura e iluminada pelas luzes da cidade. O principal cenário é a casa de Frankie, onde ele leva a namorada pra transar, os amigos para se drogar e usa a internet para caçar.
Junto dos amigos, ele é aquele babaca que comete atos de homofobia e até mesmo roubam maconha de um gay. Longe da aceitação, o personagem vive uma vida dupla enquanto tenta namorar uma garota, mas com quem sempre falha.
A história é um pouco lenta, pois demora a entregar a real identidade do personagem, que vive uma realidade muito comum e ambígua, a dos gays enrustidos, que por medo de assumirem sua verdadeira identidade, tentam levar uma vida falsa para que possam se sentir no padrão.
A fotografia crua, as drogas, o sexo proibido, são elementos que contribuem para que o filme tenha uma atmosfera intimista e quase solitária. No final, porém, acho que Beach Rats, que é um longa realista e com muito potencial, peca por em nenhum momento assumir o orgulho em ser homossexual.
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