Vivemos na era do sexo, com estranhos, por meio de aplicativos da internet. Escrito, dirigido e estrelado pelo diretor catalão Pau Masó, Complete Strangers alerta para esses perigos, ao contar a história de Robert, interpretado pelo próprio diretor, um alcoólatra em recuperação, que após voltar confuso da reabilitação, em Budapeste, se envolve em diversas tramas obscuras.
O relacionamento cada vez mais fracassado com seu marido, Christian (Sindre Bergfall) leva Robert a começar uma troca de mensagens por meio de um app com Hugo (Matthew Crawley), um cara tão bonito quanto confiante. Uma vez solteiro, Robert começará a interagir cada vez mais com sua nova conquista, enquanto lida com traumas do passado e tenta descobrir as verdadeiras intenções de seu recente galã.
Complete Strangers usa os comportamentos mais humanos para fazer o público entender a situação desesperadora do protagonista. Robert é um homem que desde muito jovem teve problemas e dúvidas sobre si mesmo, o que na vida adulta lhe trouxe relações complicadas.
Ao encontrar Hugo, mesmo sabendo que está agindo de forma extasiada e obsessiva, ele decide se atirar sobre ele como um bote salva-vidas, ignorando propositalmente o fato de que ele é uma pessoa misteriosa, difícil e assustadora.
Quando Robert está longe do mundo e à sua mercê, Pau Masó nos apresenta um thriller em que a força e a inteligência de cada um se enfrentam para sobreviver. O que começa como um jogo em que o erotismo é tudo, vira uma perseguição em que convergem a memória, as más lembranças, o fetiche e a fantasia.
Com Hugo cada vez mais agressivo e ameaçador, Robert fica à beira de uma recaída e também começa a revelar um lado obscuro de si mesmo, segredos do passado vem à tona. O lado sombrio do submundo gay é revelado e o mais assustador do filme é precisamente que não apenas os estranhos representam um perigo: às vezes o inimigo também está lá, em nós mesmos, como um completo estranho.
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