O jornalista Daniel Malloy(Christian Slater) é abordado por um estranho sujeito de aparência pálida chamado Louis de Pointe du Lac(Brad Pitt), que afirma ser um vampiro com mais de 200 anos, e que precisa contar a história de sua vida para exorcizar seus demônios.
A Paramount já havia adquirido o direito para adaptar a obra de Anne Rice desde a década de 1970, mas após o estrondoso sucesso de Drácula de Bram Stoker(1992), o projeto foi levado adiante, e coube ao britânico Neil Jordan, do então recente e bem-sucedido Traídos pelo Desejo(1992) assumir a direção.
O fato de ser a própria Anne Rice quem roteiriza seu romance garante que o filme tenha muito da sua visão particular sobre o vampirismo e que ela desenvolveu ao longo de sua vasta obra literária. O conceito vampírico de Rice é totalmente diferente de qualquer ideia clássica do que é um sugador de sangue, seja do ponto de vista literário ou cinematográfico.
No filme Tom Cruise dá vida à Lestat, que transforma Louis, que não pode suportar sua própria natureza vampírica que o forçou a matar outras pessoas para sobreviver a si mesmo, levando a um estado de depressão constante.
A natureza homossexual do relacionamento de Louis e Lestat teve que ser repensada pelo roteiro. Para fazer isso, o filme eliminou referências de atração sexual, mas transmite um verdadeiro afeto através de closes, mãos nos rostos e os gestos dos dois protagonistas. Os rumos mudam com um novo elemento ao trio, a criança Claudia.
E por falar em Claudia, a personagem marcante que revelou a pequena Kirsten Dunst, se destaca como uma força interessante em resposta ao poder e a influência de Lestat em Louis. Apesar da juventude da atriz, sua personagem possui a quantidade necessária de infantilidade e, ao mesmo tempo, maturidade para entender o alcance de sua conversão vampírica, que determinará os ódios que a figura de Lestat e a relação de amor compassivo despertarão nela com Louis. Claudia nos dá sequências preciosas, como a que corta os cabelos, sobre sua dupla natureza.
Por fim, o personagem de Armand, personificado por Antonio Banderas que é decisivo para Louis terminar de assimilar sua condição vampírica, aparece no ato final do filme. Jordan escolheu retratá-lo com um aspecto adulto e maduro como, porque ele preferia uma nuance sexual mais igualitária entre os três vampiros principais. A homossexualidade de Armand, assim como no livro, no entanto, é bem evidente.
Entrevista com o vampiro expõe as criaturas excessivamente sensuais e sexuais sem mostrar tal natureza de forma realmente explícita, mesmo que que também sejam extremamente melancólicas. Além disso, de certa forma, tanto o romance quanto o filme estabelecem um precedente pioneiro para o que seria a concepção de famílias homoparentais.
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