Da Argentina vem o filme de estreia do diretor Papu Curotto: Esteros. O longa é um conto relativamente clássico em seus traços gerais, contando a história de Matias(Ignacio Rogers) e Jerónimo(Esteban Masturini), dois melhores amigos de longa data que aparentemente se afastaram após a infância.
Assim a narrativa é bifurcada. Os protagonistas são vistos em flashbacks intercalados ao longo do filme, vemos os jovens Matias(Joaquin Parada) e Jerónimo(Blas Finardi Niz) passarem de inseparáveis melhores amigos para algo muito mais íntimo, levando ao rompimento de sua amizade.
Com o pai de Matias mudando de carreira, forçando ele e sua família a mudarem para o Brasil, os dois perdem contato. Até que, e este é o ponto crucial da história, Rochi(Renata Calmon), a namorada brasileira de Matias, incumbe Jerônimo de fazer maquiagem de zumbis para uma festa que o casal irá participar.
Jerónimo, que é abertamente gay, e Matias, que ainda precisa de um empurrãozinho, reacendem sua amizade e, finalmente, tiram umas férias breves para uma casa de família muito próxima aos seus corações. O longa é uma expansão do curta-metragem, do mesmo diretor, intitulado Matias y Jerónimo, e dá um olhar matizado e profundamente terno sobre o poder do amor verdadeiro na face da dúvida.
O lirismo das paisagens rurais argentinas dão ao filme uma abordagem íntima e quase naturalista com que a história é contada. O longa pinta um enredo texturizado de amor reprimido e atração que, em última análise, termina em um ato final que contém um verdadeiro impacto emocional.
Escoando o coração por todos os poros, o primeiro filme de Curotto, ganhador de dois Kikitos no Festival de Gramado, é garantido, uma encantadora meditação sobre o poder de ter uma segunda chance no amor verdadeiro. É delicado quase ao extremo. Esteros é um olhar maravilhosamente pitoresco e encantadoramente magnético sobre o amor e o poder encontrado até mesmo na ideia de uma segunda chance.
Nenhum comentário:
Postar um comentário