quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Eu sou Michael(I'm Michael, EUA, 2015)


Cura Gay? Para o ativista LGBTQIA+ Michael Glatze, interpretado por James Franco, foi supostamente possível. Baseado em fatos reais, Eu sou Michael, filme de estreia de Justin Kelly, o mesmo de King Cobra, conta a história de um homossexual que fez o caminho inverso para voltar para dentro do armário.

Michael leva uma boa vida gay, mora em San Francisco, é editor da importante revista XY, está casado com Benett, personagem de Zachary Quintino, e dá palestras sobre comunidade LGBTQIA+ e a juventude.

Quando se mudam para o Canadá seguem uma vida típica de casal, apesar de sempre abrir espaços para ménages. Lá, Michael que encontra uma comunidade menor passa a desenvolver novos projetos para jovens queers.

Depoimentos de gays cristãos, porém, começam a chamar a sua atenção e ele a questionar valores religiosos que condenam a homossexualidade. Se sentindo cada vez mais próximo de Deus, lendo a Bíblia, Michael toma uma decisão: abandonar sua antiga vida.

Em seu Blog, onde geralmente escrevia artigos de incentivo à comunidade LGBTQIA+ ele revela que agora será heterossexual, sua vida gay idealizada estava sendo abandonada, para começar um modo de vida segundo ele mais ‘puro’.

O personagem passa a frequentar a igreja, retiros e rompe com Benett, a quem sempre estimou muito. Sua agora heterossexualidade, causa rebuliço na imprensa. Ex-Gay? Como um militante, que lutou tanto por direitos, poderia estar agora fazendo o caminho contrário e condenando aquilo porque sempre lutou?

Em certo momento há uma rápida participação de Daryl Hannah, como uma conselheira religiosa, apesar do impacto da atriz ela não acrescenta muito ao filme.

Seguindo seu caminho de ‘salvação’, Michael conhece Rebecca, personagem da sempre ótima Emma Roberts, que aceita o seu passado e também o pedido de casamento. O personagem está pronto para começar uma nova vida, mas será possível reprimir quem se realmente é?

O filme é um tanto indigesto para um LGBTQIA+ bem resolvido, pois mostra uma situação de retrocesso perante nossa luta por igualdade. Mas é uma obra importante, sobretudo por colocar o papel da religião nessa ilusória "cura" gay.

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