segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Monlight: Sob a luz do Luar(Moonlight, EUA, 2016)


Vencedor de três importantes Oscar em 2017, melhor Filme, melhor roteiro adaptado e melhor ator coadjuvante, para Mahershala Ali, Moonlight: Sob a luz do luar, é um filme necessário por ter levado a representatividade negra e gay a outro nível. O filme escrito e dirigido por Barry Jenkins é uma linda obra que foge de qualquer lugar comum.

Num bairro qualquer, na periferia de Miami o pequeno Chiron é perseguido por colegas, por ser diferente. Ao ser resgatado pelo traficante Juan(Ali), sua vida se transforma, e ele, em sua fase cheia de dúvidas, passa a ganhar mais atenção dele e da namorada Teresa, interpretada por Janelle Monae, do que a própria mãe, uma viciada.

 

Chiron enxerga em Juan uma necessária figura paterna. O filme acompanha três momentos de sua vida, na infância, onde há uma linda cena de banho de mar sob uma luz azulada, na adolescência, quando começa o despertar da sexualidade junto do amigo com quem fuma maconha e em sua fase adulta, no estilo gangsta.


O trajeto percorrido pelo personagem mostra como ele foi se moldando através dos preconceitos dos outros e seus mesmos, de todas as suas vivências através de pessoas que passaram por sua vida, e se tornou uma pessoa cheia de camadas e questionamentos mal resolvidos na busca pela felicidade.

Com uma estética linda, a trilha-sonora também não deixa a desejar. Em uma cena toca Cucurucucu Paloma de Caetano Veloso, feita para Fale com Ela de Almodóvar, é um momento que representa a sensibilidade do personagem apesar da casca que usa, como a capa de dentes de ouro.

Mooonlight trata de temas necessários como a homossexualidade, o abandono parental, o refúgio no crime. As resoluções para esse assuntos porém são deixadas em aberto, propondo diversos tipos de interpretação. Um filme cheio de camadas e motivos para fazer refletir e que deu luz à negros e LGBTQIA+ na Academia e em Hollywood.

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