“Padres”, dirigido por Benjamin Lopez, narra, pela perspectiva do filho Sebastián, a jornada de David (Luciano D’Alessandro) e Bruno (Marcos Carlos), um casal gay que recorre à gestação sub-rogada para realizar o sonho de formar uma família, usando óvulos doados por Virginia (Dayanara Torres), irmã gêmea de David. Virginia, no entanto, esconde a decisão de seu marido Miguel (Rodolfo Salas), devido às suas visões machistas, gerando tensões familiares.
Em um contexto latino-americano marcado por debates sobre direitos LGBTIQ+, como o recente veto a projetos contra terapias de conversão na Colômbia, “Padres" explora amor, aceitação e a evolução dos papéis parentais em famílias não tradicionais. Com uma narrativa quase didática, desafia normas de gênero e promove inclusão, destacando os desafios de casais do mesmo sexo e a importância do amor como base familiar, especialmente em sociedades ainda permeadas por preconceitos.
A direção sensível de Benjamin Lopez equilibra tensão emocional com leveza e humor, criando uma narrativa envolvente. O roteiro de Annie Van der Dys e César Sierra, com diálogos autênticos, desenvolve personagens críveis, apesar de um arco previsível, típico de dramas familiares. A perspectiva de Sebastián adiciona uma camada de inocência, reforçando o amor familiar como cerne da história, complementado por uma fotografia íntima que realça as emoções.
Com raízes porto-riquenhas, “Padres" ressoa em contextos latino-americanos, promovendo discussões sobre diversidade e aceitação. Embora sua inovação cinematográfica seja limitada, com uma abordagem visual convencional, o charme está no olhar infantil de Sebastián, que traz pureza à narrativa e reforça a mensagem de inclusão em um momento em que a representatividade de famílias diversas é essencial.
“Padres” é uma obra comovente que aborda amor, família e aceitação com sensibilidade, apoiada por atuações marcantes de Luciano D’Alessandro e Dayanara Torres. Apesar de não inovar em estilo visual, sua força reside na autenticidade das relações e na poderosa mensagem de inclusão. Celebrando a diversidade familiar, é um convite à reflexão sobre preconceitos, especialmente necessário em tempos de busca por representatividade.
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