“Sally”, de Cristina Constantini, é um documentário que desbrava a órbita da vida de Sally Ride, a primeira mulher americana a conquistar o espaço. E, acredite, não é só sobre suas façanhas de astronauta. Ele revela sua identidade queer, até então oculta, adicionando uma camada poderosa de admiração e emoção à história.
Sally Ride era simplesmente um cometa. Ela não apenas quebrou barreiras; ela as pulverizou com força estelar. De seus dias como física à missão histórica no Challenger em 1983, Ride se tornou um farol de inspiração para mulheres e meninas mundo afora.
O doc captura essa trajetória com imagens de arquivo que são uma verdadeira máquina do tempo e entrevistas que te colocam ao lado dela, sentindo cada conquista.
A direção de Constantini é um acerto. Ela equilibra com habilidade os feitos públicos de Ride com sua vida privada, sem deixar um ofuscar do outro. A engrenagem do filme está nas conversas com Tam O’Shaughnessy, parceira de Ride, cujas histórias são um misto de ternura e dor que tocam, fundo.
Agora, o que realmente decola: o aspecto queer. Por 27 anos, Ride e O’Shaughnessy viveram um amor que precisou orbitar nas sombras, pressionado pelas normas de uma era opressiva. O filme não suaviza os desafios e sacrifícios que enfrentaram, e isso é ao mesmo tempo de cortar o coração e absolutamente inspirador. Num mundo onde os direitos queer ainda são uma luta diária, essa história ressoa como um manifesto. É uma reverência a quem abriu caminhos para que pudéssemos existir com orgulho.
“Sally” não é apenas um resgate histórico; é um ato de resistência. Num momento em que direitos LGBTQIA+ enfrentam ameaças constantes, o filme é um recado feroz de que nossas histórias são inquebráveis e a representatividade é inegociável. Ele ilumina o quanto avançamos e o quanto ainda precisamos lutar, com uma força que reverbera.
“Sally” é um documentário que educa, emociona e empodera. Cristina Constantini entrega uma obra que não só honra o legado estelar de Sally Ride, mas também ilumina a experiência queer com coragem. É uma celebração de quem somos e um impulso para continuar lutando por um mundo onde todas as estrelas possam brilhar livremente.
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