domingo, 29 de junho de 2025

TOP 10 - Melhores Filmes LGBTQIA+ do 1º Semestre de 2025

O #pridemonth vai encerrando com o que o cinema queer nos trouxe de melhor até aqui. 2025 já tá fazendo história! De Recife a Paris, de rios vietnamitas a vilarejos opressivos, esses filmes são um amor, luta e estética que entram sem bater na porta. Alguns vi nos cinemas, outros em streamings, e uns poucos por caminhos tortuosos (entendam!). A lista celebra narrativas que sangram emoção, desafiam normas e costuram nossas vivências.

Sol de Inverno

10. The Wedding Banquet (EUA, 2025)

Andrew Ahn reinventa o clássico de Ang Lee com Lee(Lily Gladstone), artista nativo-americana, e Angela (Kelly Marie Tran) adicionando amor sáfico que não havia no original. Segredos familiares e diálogos afiados agitam a trama, com estética vibrante. Gladstone entrega emoção crua, Hang Chi-Chan é o falso noivo e Bowen Yang rouba cenas com humor. A representatividade indígena queer eleva o original.

09. Sol de Inverno (My Sunshine, França/Japão, 2024) “Sol de Inverno”, de Hiroshi Okuyama, é um raio de luz gelado que ilumina a juventude queer com delicadeza. Na gélida Hokkaido, Takuya (Keitatsu Koshiyama), um jovem apaixonado pela patinação artística, desafia as expectativas machistas do hóquei e encontra em Sakura (Nakagawa Ririka) uma conexão que floresce entre giros no gelo. A fotografia cristalina de Okuyama capta a brisa invernal e o calor da descoberta, com uma trilha melancólica que embala a transição de Takuya rumo à sua verdade. Um coming-of-age queer sutil, mas poderoso, que patina com graça entre o silêncio e a emoção.
8. Three Kilometres to the End of the World (Romênia, 2024) O terceiro longa de Emanuel Pârvu, premiado com o Queer Palm em Cannes 2024, disseca homofobia e moralidade conservadora. No Delta do Danúbio, Adi (Ciprian Chiujdea), 17 anos, sofre um ataque homofóbico que abala sua família e vila. A trama expõe rachaduras na psique de uma sociedade tradicionalista, com direção crua e atuações intensas. Um retrato doloroso e necessário que ressoa além do rural romeno.

7. Filhas da Noite (Brasil, 2025)

“Filhas da Noite”, de Henrique Arruda e Sylara Silvério, é um hino às rainhas trans recifenses, um doc híbrido cheio de plumas e memórias. Vencedor em Brasília, acompanha Sharlene Esse, Raquel Simpson e veteranas em performances e VHS, celebrando décadas de resistência. A estética neon e brega, com Raquel cantando “Mudanças”, evoca nostalgia sem pieguice. Figurinos exuberantes e pesquisa profunda, com cenas do Show de Calouros, fazem cada frame um manifesto de orgulho e visibilidade.

6. O Melhor Amigo (Brasil, 2025)

Allan Deberton faz de “O Melhor Amigo” um musical tropicaliente, o MAMMA MIA do Nordeste, expandindo seu curta com Lucas (Vinícius Teixeira) e Felipe (Gabriel Fuentes) em Canoa Quebrada. Reencontro, amor e humor queer florescem com coreografias, hits como “Escrito nas Estrelas”, "Amante Profissional" e Gretchen no “Melô do Piripipi”. A fotografia de Ivo Lopes Araújo abraça as dunas cearenses, descentralizando o cinema brasileiro. Leve e verdadeiro, é um convite pra cantar e se apaixonar.

O Melhor Amigo
5. Viet and Nam (Vietnã, 2025)

“Viet and Nam”, de Truong Minh Quy, é um romance poético entre Viet (Nguyen Nhat Minh), pescador, e Nam (Tran Vuong), artista urbano, num amor proibido. A cinematografia de Pham Ngoc Lan capta a melancolia dos rios vietnamitas, com trilha que funde sons tradicionais e modernos. A química delicada dos atores reflete lutas identitárias numa sociedade conservadora. Apesar de um desfecho aberto, é um achado sensível que expande o cinema queer asiático.

4. Misericordia (França, 2024) “Misericordia”, de Alan Guiraudie, cutuca tabus com desejo e moralidade numa vila isolada. Jérémie (Félix Kysyl) se envolve com o pastor André (Jean-Baptiste Durand) e Jeanne (Catherine Frot) num triângulo de tensões sexuais e espirituais. A estética austera de Claire Mathon e a trilha minimalista de Gaspar Claus criam um clima único. Com seu ritmo lento habitual, Guiraudie cria uma obra corajosa que marca o cinema queer europeu.

3. Plainclothes (EUA, 2025)

Carmen Emmi mergulha nos banheirões dos anos 90 com Lucas (Tom Blyth), policial infiltrado em Syracuse, 1997, em conflito com sua identidade. Ele atrai homens para prendê-los por “atentado ao pudor”, até se apaixonar por Andrew (Russell Tovey). A trama, inspirada nas memórias do diretor, revira repressão queer com intensidade. Atual e visceral, ecoa na América de hoje.


2. Vivre, mourir, renaître (França, 2024)

Gaël Morel tece um drama nostálgico dos anos 90 sobre amor e AIDS. Emma (Lou Lampros), Sammy (Théo Christine) e Cyril (Victor Belmondo) formam um triângulo inclusivo em Paris, enfrentando o HIV com esperança. Cyril, positivo, abandona o AZT, mas o amor e a terapia tripla trazem luz. Atuações comoventes, trilha pop e tom poético driblam o melodrama, celebrando a resiliência queer. Um renascimento que marcou lá no início do semestre.

1. Homem com H (Brasil, 2025)

HOMEM COM H, de Esmir Filho, é uma explosão de Ney Matogrosso, com Jesuíta Barbosa encarnando o ícone com alma e fogo. Da infância em Mato Grosso à rebeldia dos Secos & Molhados, o filme dança com androginia e resistência na ditadura, tocando feridas brasileiras como o luto da AIDS e a busca por liberdade. Barbosa, dublado por Ney, incendeia o palco, numa fotografia onírica que pulsa como o Brasil. Um filme que como Ney é revolucionário e que chegou na hora certa!
HOMEM COM H

Conclusão

O primeiro semestre de 2025 incendiou o cinema queer com narrativas que costuram plumas, revolta e ternura, do Recife ao Vietnã. “Homem com H” lidera como um grito brasileiro de liberdade, enquanto cada filme tece nossa história com cores, lutas e desejos. O segundo semestre já acena com mais ícones, mais caos e mais arte que transborda!

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